domingo, 31 de maio de 2020

Dia 31: Bolo de baunilha com chantilly especial

Bolo molhadinho e macio, com um chantilly especial

Encerramos o mês de maio e a 31ª receita pra fechar esse desafio com chave de ouro é de um bolinho super gostoso e simples de preparar, coberto com um chantilly realmente especial. A receita do bolo é aquela que andou famosa uns tempos atrás, feita com arroz cru e sem farinha. Eu mesma hesitei, antes de me arriscar a fazer, mas esse bolo me conquistou, pois fica bem molhadinho e macio. O chantilly é especial pois é saborizado com rum, cardamomo e canela (aposto que você vai se apaixonar)!


Bolo de baunilha 

INGREDIENTES

- 1 xícara de arroz cru
- 1 potinho de iogurte natural
- 1/2 xícara de óleo (uso óleo de côco ou canola)
- 4 ovos
- 1 colher (chá) de extrato de baunilha
- 1 xícara de açúcar
- 1/2 xícara de côco ralado (seco, sem açúcar)
- 1/2 xícara de queijo parmesão ralado
- 1 colher (sopa) de fermento em pó

MODO DE PREPARO

Deixe o arroz de molho por 3 horas. Descarte a água e bata o arroz com o iogurte e o óleo no liquidificador, até obter um creme bem liso. Ainda no liquidificador, acrescente os ovos, a baunilha, o açúcar, o côco e o queijo. Bata bem. Por último acrescente o fermento e bata apenas o suficiente para misturar. Asse a 180 ºC por 30 min, em forma de teflon (não precisa untar).


Chantilly especial

INGREDIENTES

- 250 mL de creme de leite fresco
- 2 colheres (sopa) de açúcar de confeiteiro
- 2 colheres (sopa) de rum
- cardamomo em pó (a gosto)
- canela em pó (a gosto)

MODO DE PREPARO

Bata o creme de leite com o açúcar e o rum na batedeira, em velocidade baixa, até o ponto de chantilly. Cubra o bolo e salpique cardamomo e canela por cima de tudo. Coma e seja feliz!

Bom apetite!

sábado, 30 de maio de 2020

Dia 30: Muleka de peixe

É isso mesmo que você leu. A muleka de peixe é uma espécie de "prima malandrinha" da tradicional moqueca de peixe. É malandra porque é muito fácil de fazer, requer só 3 ingredientes e fica muito parecida com uma moqueca de verdade!

Esse foi um dos primeiros pratos que aprendi (numa época em que eu só sabia fazer sobremesas). Não me lembro de onde tirei, mas é uma receita que consta nos primórdios do meu caderninho, onde está registrada com o nome original de "Merluza ao requeijão" - o qual nem de longe faz jus ao prato.

Toda vez que faço, aqui em casa ou na casa de amigos, me perguntam: hum... mas é uma moqueca?! Eu explico que não, conto o segredinho e é sempre muito surpreendente (mesmo pra mim!) saber que pode caber tanto sabor em apenas 3 ingredientes tão inusitados: requeijão, leite de côco e molho de tomate. 

Por mais estranha que pareça esta combinação, fica simplesmente fantástica. É claro que você pode sofisticar, mas juro que não precisa. Já testei alguns incrementos mas, sinceramente, só deu mais trabalho e tirou um pouco da magia da receita. Então vamos ao que interessa:

INGREDIENTES

- 300-400 g de filés de peixe branco, sem espinhas (sugestão: merluza ou tilápia)
- 1/2 xícara de requeijão
- 1/2 xícara de leite de côco
- 1/2 xícara de molho de tomates

MODO DE PREPARO

Bata o requeijão, o leite de côco e o molho de tomates no liquidificador. Passe um pouquinho desse molho no fundo de um refratário e distribua os filés de peixe. Cubra tudo com o restante do molho e leve ao forno na temperatura máxima (~290 ºC) por 40 minutos, ou até que a superfície esteja gratinada. Ao tirar do forno, cubra com coentro (pra quem é de 💚 coentro) ou cheiro verde (salsinha e cebolinha) e sirva com arroz ou batata palha e salada (minha pedida preferida).

Ah muleke!

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Dia 29: Nhoques da fortuna

Nhoques verdinhos da fortuna, feitos com batata doce e rúcula 💚

Você sabia que todo dia 29 é Dia do Nhoque? Reza a lenda que comer nhoque nesse dia traz fortuna 🍀 (sorte)! Há uma sequência de rituais associados à simpatia, que envolvem desde colocar dinheiro embaixo do prato, até comer os sete primeiros bocados em pé, fazendo um pedido para cada um. Acredite ou não na simpatia, sorte mesmo você terá se preparar a receita de hoje: nhoques verdinhos da fortuna, feitos com batata doce e rúcula! Então vejamos o passo a passo para um nhoque delicioso:

INGREDIENTES

- 1 kg de batata doce
- 300-400 gramas de farinha sem glúten (uso FSG Aminna ou Farinha Multiuso Schär)
- 2 colheres (chá) de mix de gomas (goma guar + goma xantana | uso o mix da Leve Crock)
- sal a gosto
- 1 ovo
- 1 maço de rúcula
- 3 colheres (sopa) de manteiga amolecida

MODO DE PREPARO

1. Cozinhe as batatas com casca e em seguida descasque-as, ainda quentes. Passe num amassador e trabalhe com as mãos, até obter um purê bem lisinho e homogêneo. Peneire 300 g da farinha sem glúten com o mix de gomas e o sal. Adicione às batatas amassadas e misture bem.

2. Bata a rúcula junto com o ovo num processador ou liquidificador, antes de adicionar à massa. Por fim, incorpore a manteiga amolecida, que vai ajudar a soltar a massa das mãos. Pode ser necessário adicionar mais farinha até dar o ponto, vai depender da umidade da batata utilizada.

3. Sove a massa e embrulhe-a num filme plástico. Deixe na geladeira por cerca de 20 minutos. Depois de tirar da geladeira, é só dividir a massa, fazer rolinhos numa superfície enfarinhada e cortar com uma espátula. Passe-os nhoques na farinha para não pregarem uns nos outros.

3. Se quiser congelar, coloque os nhoques espaçados em uma assadeira ou tábua de cozinha e deixe no freezer ou congelador, até que congelem completamente (geralmente deixo de um dia para o outro, até ficarem bem durinhos). Depois disso, você pode juntar porções individuais em saquinhos tipo zip-loc e mantê-los no congelador por até 3 meses.

4. Cozinhe os nhoques (frescos ou congelados) em bastante água fervente, até que subam à superfície. Quando subirem, estão prontos! Sirva com o molho de sua preferência. Algumas sugestões:



VARIAÇÕES

Essa é uma receita que pode ser adaptada para fazer nhoques de várias cores e sabores, utilizando outros tipos de batatas, legumes e verduras à sua escolha. Eu costumo dividir as batatas, legumes e verduras em dois grupos: BASE ou COMPLEMENTO.

Como referência, algumas opções de BASE que você pode usar para o nhoque são: batata inglesa ou asterix, batata doce, mandioca, inhame, cará (possuem mais amido, e menor teor de água). Usando uma dessas bases, pode adicionar o que quiser como COMPLEMENTO: cenoura, baroa, abóbora, beterraba, rúcula, espinafre, salsinha (lembrando que todas essas têm mais água e são mais pobres em amido, então é sempre necessário balancear sua quantidade com o quanto você usa de base e de farinha). A proporção em peso deve ser sempre:
BASE > FARINHA > COMPLEMENTO

Geralmente, utiliza-se 30% de farinha em relação à quantidade da base, mas essa quantidade de farinha não é fixa, pois depende do que você está usando como base e como complemento. Então cada nova receita de nhoque é uma nova experiência (que sempre vale a pena!)




quinta-feira, 28 de maio de 2020

Dia 28: Risotto mineiro

Um risotto que é a cara de Minas!

Este "risotto mineiro" é uma adaptação que minha mãe fez, de uma receita que ela viu no programa Territórios Gastronômicos, da Rede Minas, em 2014. No programa, o chef Eduardo Avelar preparou um risotto em homenagem a Dona Maria Torres, de Sabará - a terra do "Festival do Ora-Pro-Nóbis", usando linguiça, queijo canastra e, é claro, ora-pro-nóbis!

É um risotto bem rústico, e é também muto especial, pois além de levar ingredientes típicos de Minas, é feito com vinho tinto, o que dá uma cor e um sabor mais fortes. Se puder, use ingredientes de origem. Uma boa linguiça artesanal, queijo mineiro de verdade (não precisa necessariamente ser da Canastra, pode ser do Salitre, do Serro, d'Alagoa). Ora-pro-nóbis pode não ser tão fácil de se achar por aí, mas você encontra em alguns supermercados, feiras, cooperativas ou, com sorte, pode ter alguém a quem pedir para colher do pé!


INGREDIENTES

- 300 g de linguiça magra suína (sugestão: pernil com bacon, com pouca gordura)
- 1 maço de ora-pro-nóbis (se não encontrar, pode substituir por couve ou espinafre)
- 1 xícara de arroz arbório
- 2 colheres (sopa) de azeite
- 1 dente de alho, picado
- 1 cebola média, picada
- pimenta do reino e noz moscada, a gosto
- 1 taça de vinho tinto seco
- 1 colher (sopa) de molho de tomate
- 1 litro de caldo de carne, bem quente
- 1 xícara de queijo canastra ralado

MODO DE PREPARO

- Primeiro, tire a pele da linguiça. Frite-a numa frigideira antiaderente, sem óleo. A carne vai despedaçar, mas cuidado para não ficar muito esfacelada (não mexa muito, para termos uns pedaços maiores). Reserve. Em outra frigideira, refogue o ora-pro-nóbis com o alho e 1 colher de azeite. Reserve. O caldo de carne já deve estar pronto. Mantenha-o aquecido numa panela, ao lado da panela do risotto.

- Na panela do risotto, doure a cebola picadinha com o azeite. Tempere com pimenta do reino e noz moscada. Coloque o arroz e refogue até as bordas ficarem transparentes e o centro do grão branquinho. Adicione o vinho, deixe reduzir bem e soltar o amido (o vinho tinto não solta tanto o amido do arroz como o vinho branco). Quando estiver quase secando, adicione o molho de tomate e comece a colocar o caldo de carne, de concha em concha. Vá mexendo e adicionando o caldo, pouco a pouco. O cozimento leva de 14 a 18 minutos, ou até acabar o caldo. Um pouco antes de chegar ao ponto (al dente), adicione os outros ingredientes reservados. Primeiro a linguiça, depois o ora-pro-nóbis, por último o queijo. Se desejar, incorpore 1 colher (sopa) de manteiga gelada, ao final de tudo. Misture delicadamente, tampe a panela e deixe descansar por 2-3 min antes de servir.

Ô trem bão!

Se desejar, você pode decorar com pimenta biquinho e fritar alguns ovos de codorna para colocar por cima!
 

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Dia 27: Boeuf Bourguignon

Carne cozida ao vinho. Comfort food, no melhor estilo.

Essa é mais uma receita inspirada em um filme que assisti. Julie & Julia - o filme - foi, por muito tempo, uma referência para mim (tenho o DVD e com frequência assisto: rio, choro, me empolgo e me emociono, como se fosse a primeira vez). E tanto Julie Powell como Julia Child - essas mulheres incríveis - influenciaram de forma definitiva minha relação com a vida e com a comida. Tanto que, depois de conhecer a estória das duas, criei meu primeiro blog e resolvi aprender muito mais sobre culinária. E hoje, aqui estamos nós: no meu blog, falando sobre receitas.

Eu também li o livro da Julie, que baseou o filme, mas confesso que assistir às aventuras e desventuras dessas duas na pele de Amy Adams e Meryl Streep é muito mais prazeroso. Eu recomendo a todo mundo que gosta de comer e/ou de cozinhar, que o assista, é arrebatador! E vai ser difícil terminar o filme sem querer comer tudo que essas duas cozinham em cena.

Eu tive a sorte de, alguns meses após ter assistido, participar de uma noite de "Cine Gourmet", em que o chef Eudes Assis preparou o jantar com inspiração no filme, exibido aos convidados. No menu, pétalas de alcachofra na manteiga com limão siciliano, bruschetta na ciabatta, polenta italiana com ovo pochet, boeuf bourguignon com gratin de batata, 3 queijos (brie, gorgonzola, parmesão) com geleia de damasco e torta fondant de chocolate com amêndoas e coulis de framboesa. Inesquecível.

Sem dúvidas, o prato mais marcante dessa noite (e quiçá do próprio filme) foi o Boeuf Bourguignon. Há inúmeros momentos deleitáveis no filme, mas veja essa cena exata em que a Julie fala apaixonadamente sobre o Boeuf Bourguignon da Julia... Você indiscutivelmente quer prová-lo.

Eu assisti ao vídeo da própria Julia preparando o Boeuf Bourguignon, li sua receita original no "Mastering the Art of French Cooking" e também a de diversos outros cozinheiros, franceses inclusive. Mas a receita que compartilho aqui é o resultado de um apanhado de várias receitas, dicas e repetidas tentativas de chegar ao Boeuf Bourguignon perfeito. E vou te contar, se ainda não chegamos lá, estamos muto perto. Esse é o prato que pra mim melhor define "comfort food".

Então encare o desafio e vamos nessa. Algumas observações importantes, antes de começarmos:

1. Esta não é uma receita difícil, mas demanda várias etapas e é demorada. Você precisará de, no mínimo, três horas e meia. Sim, o Boeuf Bourguignon nada mais é que uma carne cozida ao vinho. Mas. Bem. Lentamente. Tenha paciência.

2. Existem diversas receitas diferentes por aí, muitas possibilidades e modos de fazer. O modo como faço atualmente é a evolução de várias outras vezes que preparei e a melhor opção dentre as que já testei. Claro que não testei todas, então pode ser que você prefira fazer de outra forma.

3. Nesse método, uso apenas uma panela para fazer todas as etapas (adoooro). Uso uma Le Creuset de 5,3 litros, pois já que vou gastar tempo pra cozinhar, já faço em grande quantidade de uma vez. Depois de pronto, você pode congelar porções individuais. Fica ótimo.

4. Você pode usar a panela que quiser e que tiver em casa, desde que ela distribua uniformemente o calor. Pode também optar por fazer no forno (se sua panela for apta pra isso) ou na chama do fogão. A Le Creuset é um tipo de panela que, pra esse intuito, funciona melhor no forno, mas eu prefiro fazer no fogão, pois gosto de ficar controlando de tempos em tempos.

5. Teoricamente, deveríamos usar um vinho da borgonha. Mas... é muito caro (uma única vez comprei um vinho da borgonha de verdade para prepará-lo). Podemos tranquilamente substituí-lo, ok? Mas escolha um ótimo vinho. Não se cozinha com um vinho que não se pode beber.


Boeuf Bourguignon (carne cozida ao vinho)

INGREDIENTES

- 1 kg de carne (alcatra, chã de fora ou músculo)
- sal e pimenta a gosto
- 2 colheres (sopa) de azeite
- 4 colheres (sopa) de manteiga
- 200 g de champignons Paris frescos
- ± 12 chalotas (aquelas cebolas pequenininhas)
- 1 colher (sopa) de açúcar
- 1 cebola média
- 3 cenouras médias
- 2 dentes de alho
- 2 colheres (sopa) de farinha de arroz
- 2 colheres (sopa) de molho de tomate, sem pedaços
- 1 garrafa de um bom vinho tinto seco
- 1 litro de caldo de carne
- 2 folhas de alho-poró (parte verde)
- 1 ramo de salsinha
- 1 ramo de manjericão
- 1 ramo de tomilho
- 1 folha de louro
- 1 talo pequeno de salsão

MODO DE PREPARO

- Primeiro, limpe a carne e corte-a em cubos grandes (± 4 cm). Tempere com sal e pimenta a gosto. Corte os champignons em quatro. Descasque as chalotas (deixe-as inteiras). Rale a cebola ou pique em pedacinhos. Corte a cenoura em rodelas grossas. Fatie os dentes de alho. Coloque dentro das folhas de alho-poró: a salsinha, o tomilho, o manjericão, o louro e o salsão. Enrole e amarre com linha ou barbante, formando um "amarrado" de ervas (o famoso bouquet garni).

- Agora vamos começar. Coloque o azeite em uma panela grande e leve ao fogo. Quando esquentar, doure a carne, aos poucos (sem encher o fundo da panela, doure uma parte e retire, repita quantas vezes forem necessárias). Depois que toda a carne estiver bem dourada, retire e reserve.

- Na mesma panela, acrescente 2 colheres de manteiga e os champignons. Faça como fez com a carne, devagar e sempre, até estarem todos dourados. Retire e reserve. Coloque mais 2 colheres de manteiga e faça o mesmo com as chalotas. Acrescente o açúcar, para caramelizar. Depois de douradas, retire e reserve (você só usará os champignons e as chalotas no final).

- Agora acrescente a cebola picadinha, a cenoura e o alho e refogue um pouco. Aproveite este momento para "limpar" sua panela. A cebola solta água e fica mais fácil deglaçar. Se só a cebola não for suficiente para soltar o fundo da panela (o concentrado de sabor e aroma de nosso molho está aí), derrame um pouquinho (bem pouquinho) do vinho para ajudar.

- Volte com a carne para a panela. Polvilhe tudo com a farinha de arroz e mexa bem. Acrescente o molho de tomate, misture e deixe cozinhar em fogo baixo por mais uns 2 a 3 min. Coloque o vinho tinto e cozinhe tudo por cerca de 10 minutos, sem tampa, para evaporar o álcool e retirar a acidez do molho.

- Adicione o caldo de carne, entre com o bouquet garni e tampe a panela. Deixe cozinhar por 3 horas, em fogo baixo, mexendo de vez em quando (se o molho começar a ficar muito encorpado, acrescente água, sempre que necessário, para completar o cozimento da carne). Observe se não está pregando no fundo. Opcionalmente, você pode levar ao forno (160 ºC) pelas mesmas 3 horas.

- Nos últimos 30 minutos de cozimento, entre com os champignons e as chalotas preparadas previamente. Verifique ao final se está tudo bem cozido e macio (carne, cenoura e cebola). Prove o sal. Antes de servir, retire o bouquet. Sirva com arroz branco e salada. Bon appétit!

Bon appétit!

terça-feira, 26 de maio de 2020

Dia 26: Palha italiana

Docinhos do amor... ou da discórdia?

Houve um período na minha infância (mais ou menos entre os 8 e 12 anos), em que palha italiana era meu doce preferido. Comi pela primeira vez na casa de uma amiga da escola. A mãe dela era quem fazia, e era a alegria das nossas tardes. Alguns dias, ela ainda inovava: trocava o tradicional biscoito Maria por Sucrilhos (era vanguardista, ela).

Logo aprendi a fazer. Eu embalava em papel alumínio e levava pro colégio. Em pouco tempo eu estava vendendo palha italiana pros colegas e professoras... Passou a valer mais do que barras de ouro lá em casa. Tinha que esconder dos meus irmãos gulosos e que lugar poderia ser melhor que dentro do meu piano? Abria o tampo e escondia no meio do mecanismo (genial, não?). Simulava mapas de caça ao tesouro, indicando esconderijos secretos falsos pra entretê-los enquanto procuravam minhas valiosas palhas italianas... Até que um dia descobriram meu segredo do piano! Passei então a fazer em dose tripla. E por um bom tempo, a tal da palha italiana foi rotina na nossa vida...

Quando a Schär lançou o biscoito Maria sem glúten, a primeira receita que eu quis reproduzir, depois de anos sem poder provar, foi a da palha italiana! Na verdade, é uma receita simples que não tem mistério algum. Mas me faz viajar no tempo e voltar a ser criança. Aproveito o momento para fazer um mea culpa: Irmãos, desculpem por ter escondido palha italiana de vocês! Esse deveria ser o docinho do amor, e nunca da discórdia!
❤️❤️❤️

INGREDIENTES

- 1 lata de leite condensado
- 3 colheres (sopa) de cacau em pó (se preferir, pode usar chocolate em pó ou achocolatado)
- 1 colher (sopa) de manteiga
- 1 a 2 pacotinhos de biscoito Maria (Schär)
- açúcar de confeiteiro para polvilhar

MODO DE PREPARO

Misture o leite condensado, o cacau e a manteiga em uma panela. Leve ao fogo baixo, mexendo sempre até começar a ver o fundo da panela (é quase como fazer um brigadeiro, mas eu gosto de tirar um pouquinho antes do ponto de brigadeiro, para ficar mais macia). Adicione os biscoitos quebrados e misture bem. Espalhe a palha italiana em uma travessa forrada com papel manteiga e alise para ficar plana. Espere esfriar e corte em quadradinhos. Passe no açúcar de confeiteiro e pronto!

Nas fotos desse post, eu fiz as palhas italianas em formato de coração e montei uma caixinha para dar pro meu amor no dia dos namorados

Uma bela demonstração de amor!

Outra opção é fazer a palha italiana em formato de torta! Para isso, duplique a receita. Pegue uma forma de fundo removível e unte com manteiga, apenas. Use os biscoitos inteiros, molhados em leite com baunilha. Vá fazendo camadas de biscoito > brigadeiro > biscoito > brigadeiro > biscoito > brigadeiro... Leve à geladeira para firmar (pelo menos 2 horas). Desenforme antes de servir e polvilhe açúcar por cima.

A palha italiana na versão torta!

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Dia 25: Waffle com cobertura de chocolate

Não tenho uma legenda pra descrever isso!

Waffle ("uáfol") em inglês ou Gaufre ("gôfre") em francês. De origem belga, esse tipo de massa - da mesma família dos crepes e das panquecas - se diferencia de suas "primas" pela quantidade de cada ingrediente na receita e no modo de preparo. Os waffles são assados numa prensa quente, que imprime aquelas típicas texturas quadriculadas, formando sulcos ideais para receber diferentes tipos de coberturas, doces ou salgadas.

Particularmente, gosto muito de tirar um waffle quentinho da máquina e passar uma camada generosa de manteiga, que derrete na hora e preenche todos os buraquinhos. Me sinto uma verdadeira protagonista de propaganda de margarina (mas bem melhor, porque é manteiga, né!?). Outras ideias deliciosas de cobertura são: mel, geleia, iogurte, sorvete, frutas (morango, banana, mirtilos), calda de caramelo, de chocolate, doce de leite, manteiga de amendoim... ou mesmo a combinação de mais de uma dessas opções. Seja com que cobertura for, um waffle no café da manhã ou no lanche da tarde é felicidade certa!

Desde que começaram a surgir mais opções de marcas de máquinas de waffle, fiquei de olho numa promoção pra comprar a minha. E foi um dos investimentos recentes de melhor custo-benefício aqui em casa. Quando dá vontade de comer um waffle, preparo a massa rapidinho e em menos de 5 minutos já estamos com a mesa farta, protagonizando a "propaganda de margarina"! Caso você (ainda) não tenha sua máquina de waffles, mas ficou aí morrendo de vontade, recomendo que faça estas maravilhosas panquecas gordinhas de iogurte que você pode preparar na frigideira mesmo, e não deixam a desejar!

Mas vamos à receita dos waffles! Incrivelmente, foi a primeira receita que testei e deu tão certo, que nunca mais ousei experimentar nenhuma outra por aí. Quem desenvolveu e compartilhou a receita original foi a fofíssima e maravilhosa Sílvia Espeschit (Minha Vida Sem Glúten - sigam ela, gente). E podem confiar porque fica com o sabor de um verdadeiro waffle maravilhoso - você nem vai acreditar que é sem glúten!

INGREDIENTES

- 2 xícaras de mix de farinhas sem glúten (gosto mais da Farinha Multiuso Schär, mas já fiz também com a FSG Aminna e com o Mixture Amafil - se for usar esse, use apenas 1 e 1/2 xícara)
- 2 xícaras de leite
- 3 ovos
- 3 colheres (sopa) de manteiga, em temperatura ambiente
- 1 colher (chá) de sal
- 2 colheres (sopa) de açúcar
- 3 colheres (chá) de fermento em pó

MODO DE PREPARO

A Sílvia recomenda que antes de começar a receita, você ligue sua máquina de waffle para ela já ir aquecendo. A minha esquenta muito rápido, então só ligo quando a massa está pronta (vai depender do funcionamento da sua). Bata tudo na batedeira (eu uso o liquidificador, mas tem que ser bem potente, viu?) e vá despejando a quantidade adequada à sua máquina de waffle.⁣

DICAS:

1. Coma fresquinho e bem quentinho! Ele fica super crocante por fora e macio por dentro! Se você demorar a comer (du-vi-do!) pode colocar de volta na máquina e deixar lá por um tempinho que ele volta a ficar crocante como novo!

2. Geralmente, fazendo uma receita inteira, nós comemos waffles até ficarmos beeeem satisfeitos, e ainda assim sobra muita massa (dá pra mais umas duas vezes!). Você pode guardar a massa pronta na geladeira, em um recipiente fechado. Dura uns 3-4 dias, tranquilo.

3. Nesse aí da foto, eu resolvi inovar e incluí para bater, junto da massa no liquidificador, uma cenoura pequena, em rodelas. Ele ficou com gostinho de bolo de cenoura, e bem amarelinho por dentro. Nesse caso, nada mais justo que uma bela cobertura de chocolate, né???

Se é possível melhorar o que já é perfeito, é combinando cenoura e chocolate!

Cobertura de chocolate (ganache fácil, deliciosa e sem leite!)

INGREDIENTES

- uma medida de chocolate meio amargo, picado
- a mesma medida de leite de côco

MODO DE PREPARO

Derreta o chocolate no microondas. (Se você nunca derreteu chocolate no microondas, precisa saber que deve fazer isso aos poucos, para não queimá-lo. Coloque por 30 seg. Retire e misture. Mais 30 seg. Retire e misture, até que vire um creme bem liso. Geralmente, 1 min já é o suficiente.) Misture o leite de côco e está pronto. Você pode dosar a quantidade de leite de côco, dependendo da consistência que preferir. Maravilha!

Cubra seu waffle com essa ganache e seja MUITO feliz.

Felicidade em forma de waffle!

domingo, 24 de maio de 2020

Dia 24: Ceviche tropical e chips de batata doce

Refrescante e delicioso!

Batizei esta receita de "ceviche tropical" porque incorporei vários elementos à receita peruana tradicional, que dão cor e muito frescor a essa preparação. O ceviche é um peixe (necessariamente de carne firme, com pouca gordura e, preferencialmente, de água salgada) marinado em meio ácido, com especiarias.

Alguns dos peixes mais utilizados são: linguado, corvina, garoupa, robalo, tilápia, vermelho ou até salmão. Atenção! Seja qual for o peixe selecionado, deve ser fresco e de boa procedência. Frutos do mar também podem ser utilizados (como camarão ou polvo), porém, devem ser pré-cozidos.

O meio ácido é garantido pelo suco de limão (tahiti, galego, capeta ou até siciliano), lima e/ou laranja. O contato do peixe com o suco ácido e as especiarias, por tempo suficiente, produz o famoso "leite de tigre" (leche de tigre), um caldinho esbranquiçado e saborosíssimo, resultado da marinada. Em alguns bares, é servido até como shot, em copinhos, como um aperitivo. Dá água na boca só de pensar!

Aqui, além dos componentes originais do ceviche, acrescentei manga e tomatinhos sweet grape (trazem doçura e cor), hortelã (frescor) e repolho roxo (mais cor e crocância) para o prato.

Geralmente, o ceviche é servido com mandioca, batata doce, batata inglesa ou milho, preparados de formas variadas.

Dica: Comece preparando os chips de batata doce. Durante o molho da batata, cuide do ceviche. Assim, os dois ficarão prontos mais ou menos juntos.


Chips de batata doce

INGREDIENTES

- 1 batata doce grande
- 1/2 colher (café) de lemon pepper (ou outro tempero a gosto)

MODO DE PREPARO

Os chips de batata doce são feitos na airfyer (adoooro). O preparo é mais ou menos parecido com o das batatas bravas. Descasque a batata doce e fatie em rodelas fininhas (± 2 mm de espessura). Deixe por 30 min de molho numa bacia com água. Pré-aqueça a airfryer a 200 ºC por 5 min. Enquanto isso, seque a batata e tempere a gosto (eu uso lemon pepper, mas também fica ótimo com páprica, alho e cebola em pó, chimichurri desidratado... etc.). Asse por 15-20 min. Abra no meio do processo e dê uma chacoalhada. Confira nos últimos minutos para não queimar (a batata doce foi cortada fina e cozinha mais rápido que a batata inglesa).


Ceviche tropical

INGREDIENTES

Mis en place do ceviche
- 1 filé de aprox. 200 g de atum (opcionalmente você pode usar um peixe branco ou salmão)
- 2 limões grandes espremidos (eu usei 6 galegos pequenininhos)
- 1/2 laranja espremida
- 1/2 colher (chá) de gengibre fresco, picado
- 1 pimenta dedo-de-moça, sem sementes, picada (eu gosto de picância, então usei malaguetão)
- 1 cebola pequena, finamente fatiada em rodelas (cebola roxa é melhor, eu não tinha, usei da amarela mesmo)
- sal a gosto
- 1/2 manga, picada em cubinhos
- 5-6 tomatinhos sweet grape ou cereja, picados
- coentro (pra quem gosta 💚) ou salsinha, a gosto
- folhinhas de hortelã, a gosto
- 1/4 xícara de repolho roxo, finamente fatiado

MODO DE PREPARO

Corte o filé de atum (ou do peixe à sua escolha) em cubos de cerca de 2 cm. Coloque os cubos de peixe em um bowl de vidro e prepare a marinada (suco dos limões e da laranja, gengibre, pimenta, cebola e sal). Cubra o peixe com esta marinada, misture bem, e guarde tampado na geladeira por 15 a 30 min. Passado este tempo, retire da geladeira e adicione os cubos de manga, os tomatinhos picados, o coentro (ou a salsinha) e a hortelã. Misture delicadamente. Sirva no próprio bowl, ou em tacinhas individuais. Finalize com o repolho roxo por cima, para dar mais cor e crocância à preparação.

Bom apetite!

Dica: Harmonize esse prato com a cerveja Krug 20. Você vai ter certeza que nasceram um pro outro.

sábado, 23 de maio de 2020

Dia 23: Sopa de cenoura

Sopa de cenoura, seja quente ou seja fria.

Essa sopa de cenoura é um coringa para servir de entrada, ou até mesmo para substituir um jantar.

Bateu um friozinho gostoso de inverno?
>> Sopa de cenoura!

Noites quentes de verão?
>> Sopa de cenoura!

Ela é pau pra toda obra. Seja quente ou seja fria, vai te satisfazer. O segredo para transformar uma reles sopinha numa sopa inesquecível está no gengibre. Uma das poucas especiarias que é capaz de conferir, ao mesmo tempo, sensação de calor e frescor. Pra completar a felicidade de uma refeição gostosa, ela é também muito simples de preparar. Receita que aprendi com minha amiga Helena, que compartilha comigo o amor pelas sopinhas 💛

INGREDIENTES

- 2 cenouras grandes, em pedaços
- 1 batata inglesa grande, em pedaços
- 1 cebola média, em pedaços
- 1 litro de água
- 1 tablete de caldo Knorr, sabor galinha
- 1 lasca grossa de gengibre fresco

MODO DE PREPARO

Coloque todos os ingredientes (exceto o gengibre) juntos numa panela. Deixe ferver, e cozinhe até que esteja tudo bem macio. Espere esfriar e bata tudo no liquidificador, junto com o gengibre. Sirva quente ou fria, dependendo do seu humor!

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Dia 22: Shoyu Lamen

Eu me apaixonei por Lamen antes mesmo de provar. Tudo começou quando assisti ao filme "The Ramen Girl", (título em português: "O Sabor de uma Paixão"). É provável que você já tenha visto também (veja o trailer legendado aqui). Não é um filme famoso, tampouco digno de Oscar. É o típico filme "Sessão da Tarde". Mas posso dizer que foi um dos filmes que mudou minha vida.

Não foi a primeira vez que um filme me fez ver comida com olhos de amor. "A Festa de Babette", "Chocolate", "Julie & Julia" são filmes com temáticas parecidas: como comida feita com amor pode mudar o humor e a vida das pessoas. "The Ramen Girl" é exatamente sobre isso. E desde que assisti ao filme, prometi a mim mesma que eu teria que comer e (com sorte) um dia ser capaz de cozinhar um verdadeiro Lamen.

De fato, a primeira vez que comi foi digna da minha promessa. Afinal, um Lamen que você come no Japão há de ser um verdadeiro Lamen, certo? Claro que foi necessária uma adaptação: pedi para trocar o macarrão tradicional pelo soba, um macarrão feito de trigo sarraceno, naturalmente sem glúten. Mas desde que voltei sabendo o que era um Lamen de verdade, nunca mais consegui comer um Lamen por aqui... e foi aí então que decidi que teria que fazer meu próprio Lamen

Depois de muito namorar receitas na internet, achei uma que encarei tentar fazer. Não vou dizer que é a receita do verdadeiro Lamen. A receita original levaria pelo menos umas 4 horas só para a preparação do caldo (personagem principal do nosso romance). A receita que faço, e agora compartilho aqui, usa de uma base para o caldo que os japoneses chamam de moto (pronuncia-se "motô"). Isso vai te poupar umas boas horas na preparação. Não se engane: parte do amor se perde nessas horas que você ganha. Ainda assim, sobra muito amor.

Shoyu Lamen

Algumas observações sobre essa receita:

1. Por mais simplificada que seja, ainda dá bastante trabalho. Então se decidir fazer, escolha um dia de bastante disposição e amor abundante no coração.
2. A receita do motô foi adaptada do Chef Nobu Ozaki. As guarnições eu escolhi e costumo repetir essa fórmula, porque deu muito certo. Mas você pode variar as guarnições à vontade, de acordo com seu gosto. 
3. Uso um macarrão de arroz mais largo (rice stick noodles) e fica muito bom! Se você for usar outro tipo de macarrão, recomendo usar uma massa tipo espaguetti de arroz.
4. As quantidades descritas a seguir são para servir 4 pessoas. O motô costuma sobrar e eu guardo. Dura na geladeira por muito tempo. Nas próximas vezes, basta preparar as guarnições.


Shoyu Lamen (receita adptada do Chef Nobu Ozaki)

INGREDIENTES

Para o motô:

- 1 cebola
- 1 talo de salsão
- 8 fatias de gengibre
- 8 dentes de alho inteiros
- 2 talos de cebolinha picada
- 2 colheres (café) de sal
- 2 colheres (sopa) de dashi (caldo de peixe bonito em pó)
- 2 tabletes de caldo de galinha
- pimenta-do-reino a gosto
- 2 colheres (sopa) de banha de porco
- 6 colheres (sopa) de óleo de gergelim
- 12 colheres (sopa) de saquê mirin
- 6 colheres (sopa) de molho de soja
- 2 L de água 

Para a guarnição:

- 200 g de cogumelos shiitake
- 2 colheres (sopa) de manteiga
- 1 peito de frango
- 1 colher (sopa) de azeite
- sal e limão a gosto
- 2 colheres (sopa) de molho teriyaki
- 800 g de macarrão de arroz (rice stick noodles)
- 1 maço de espinafre, desfolhado
- 1/4 de cabeça de repolho roxo, fatiado
- 4 ovos
- 1 talo de cebolinha picada
- gergelim preto


MODO DE PREPARO

Para o motô:

Coloque a cebola, o salsão, o gengibre, o alho, a cebolinha, o sal, o dashi, o caldo de galinha, a pimenta-do-reino e a banha em um processador. Acrescente o óleo de gergelim, o saquê mirin e o molho de soja. Processe tudo e coloque a mistura em uma panela para ferver por 5 minutos. Tire do fogo e reserve. Esse é o seu motô. Aqueça 2 L de água em uma panela. Acrescente o motô o quanto baste (prove, deve estar bem saboroso). Esse é o seu caldo. Mantenha-o aquecido.

Para a guarnição:

Comece com os cogumelos. Frite-os na manteiga até que estejam dourados e bem cozidos. Reserve. Depois prepare o peito de frango. Frite-os em azeite, temperando com sal e limão, a gosto. Depois de bem cozidos, cubra-os com o molho teriyaki e abafe com uma tampa para mantê-los aquecidos. Reserve. Cozinhe os ovos. Você deve ferver a água e adicioná-los, contando exatamente 7 minutos. A clara deve estar firme e a gema mole. Espere esfriar, descasque e parta ao meio. Reserve. Cozinhe o macarrão conforme as instruções do pacote. Escorra a água para colocar apenas o macarrão em um bowl para Lamen. Acrescente neste recipiente, por cima do macarrão, os cogumelos preparados, o peito de frango fatiado, as folhas de espinafre, o repolho e o ovo. Coe o caldo preparado e adicione-o a este bowl. Finalize com a cebolinha sobre os cogumelos e o frango, e com o gergelim preto sobre o ovo. Deleite-se!

Muito amor num bowl

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Dia 21: Bolo de fubá com limão siciliano

Essa receita é muito especial. Eleva o bolo de fubá a um outro patamar. Não podia ser diferente, já que tirei do livro "Na Cozinha Com Nigella" - uma fada que sabe como ninguém combinar ingredientes pra transformar todas as receitas em experiências únicas. Não vou me delongar... apenas preciso dizer que este é um bolo leve, macio e muito saboroso. A calda de limão siciliano é o elemento surpresa! Você nunca provou nada parecido. Bom proveito!


Bolo levinho de fubá

INGREDIENTES

- 200 g de manteiga sem sal, em temperatura ambiente
- 200 g de açúcar refinado
- 200 g de farinha de amêndoas
- 100 g de fubá
- 1 e 1/2 colher (chá) de fermento em pó
- 3 ovos
- raspas de 2 limões sicilianos (guarde o suco para a calda)

MODO DE PREPARO

Forre uma forma com papel manteiga e unte as laterais com manteiga. Pré-aqueça o forno a 180 ºC. Numa batedeira, bata a manteiga e o açúcar até ficarem claros e fofos. Misture a farinha de amêndoas, o fubá e o fermento em pó, e incorpore um pouco desses ingredientes com o açúcar e a manteiga. Em seguida,  adicione um ovo, e vá alternando ingredientes secos e ovos, sem parar de bater. Junte as raspas de limão. Despeje a massa na forma preparada e asse por cerca de 40 minutos. Retire do forno e transfira para uma grelha para esfriar na própria forma.


Calda de limão siciliano

INGREDIENTES

- suco de 2 limões sicilianos
- 125 gramas de açúcar de confeiteiro

MODO DE PREPARO

Prepare a calda fervendo o suco de limão com o açúcar de confeiteiro em uma panela pequena. Fure toda a parte de cima do bolo e derrame a calda quente. Deixe esfriar antes de desenformar.


Observação: se desejar, você pode adicionar sementes de erva doce a essa receita. Vai muito bem no bolo de fubá e contrasta com o azedinho do limão!

Um bolinho especial pra acompanhar um chá ou cafezinho!

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Dia 20: Tortinhas de chocolate com framboesa


Não á a tortinha mais linda do mundo? ❤️

Essa é mais uma receita que aprendi com minha diva-mor-suprema preferida da confeitaria sem glúten, Mari Muniz! Com ela, é satisfação garantida, sempre. Todas as receitas da Mari também são sem lactose, então se você também tem mais esta restrição, acaba de encontrar a felicidade em forma de tortinha! Fiz estas tortinhas pela primeira vez há uns 5 anos. Sempre que encontro framboesas bonitas, repito a receita pra matar a saudade. Além de gostosa, é de comer com os olhos... uma das coisas mais lindas que já vi! Mas se você quiser, também pode fazê-la usando morangos, ou cerejas...

INGREDIENTES

- 200 g de chocolate picado
- 60 g de óleo de côco
- 90 g de açúcar mascavo
- 60 mL de leite de côco
- 3 ovos
- 40 g de farinha sem glúten (uso FSG Aminna)
- 1 xícara de framboesa (pode ser fresca ou congelada)

MODO DE PREPARO
Pré-aqueça o forno a 160°C. Unte 6 ramequins de 8 cm de diâmetro com óleo de côco. Coloque o chocolate, o açúcar mascavo, o óleo e o leite de côco numa panela e leve ao fogo em banho-maria, mexendo até derreter. Retire do fogo e deixe esfriar um pouco. Num bowl, junte os ovos e a farinha e mexa com um fouet até ficar homogêneo. Junte a mistura de chocolate e misture até incorporar. Divida a massa nas forminhas e adicione as framboesas. Leve ao forno por cerca de 30 minutos, até que a superfície comece a ficar firme. Retire do forno, deixe esfriar e leve à geladeira por no mínimo 3 horas. Retire da geladeira 20-30 minutos antes de servir e polvilhe açúcar de confeiteiro. Obs.: Se não aguentar esperar, comê-las quentinhas também é sucesso!

Tortinhas prontas para assar ❤️

terça-feira, 19 de maio de 2020

Dia 19: Tortillas Tex-Mex


Mais um desejo realizado: tortillas!
(na foto, com abacate e chilli beans)

Guacamole, chilli beans, pico de gallo, sour cream, nachos, tacos, burritos, quesadillas y tortillas! O universo Tex-Mex - fusão da cozinha texana e mexicana - me encanta! Sempre me contentei (e com muito gosto) em comer apenas os tacos e nachos, feitos à base de milho. Os burritos e quesadillas sempre ficaram de escanteio porque as tortillas à base de trigo eram proibidas... até que descobri essa receita maravilhosa, que mudou minha vida!

Me inspirei numa receita que vi no site da Ana, Vegan&Colors, e adaptei para as farinhas que eu tinha em casa. O resultado foi um tortilla perfeita de farinha branca, que substitui totalmente a de trigo. De quebra, descobri um novo ingrediente que ainda não havia experimentado: o psyllium. O psyllium é uma fibra vegetal extraída da casca e da semente de uma espécie arbustiva (Plantago ovata). Por ser higroscópico, ele absorve água e aumenta muito de volume em contato com líquidos, se expande e forma uma massa gelatinosa que ajuda a dar liga nas preparações sem glúten.


INGREDIENTES

- ½ xícara de mix de farinhas sem glúten (usei partes iguais de: farinha de arroz + farinha de grão de bico + polvilho doce)
- 2 colheres (sopa) de psyllium
- 1 colher (sopa) de azeite
- 1 colher (chá) de sal
- 1 xícara (240 mL) de água quente (q.s)

MODO DE PREPARO

- Misture bem as farinhas, o psyllium e o sal. Adicione o azeite e misture bem. Coloque a água aos pouquinhos (1 colher por vez, misturando bem a cada adição). Muito provavelmente você não precisará utilizar toda a água (isso depende da capacidade de absorção das farinhas que estiver utilizando). Pare de adicionar água quando chegar num ponto em que consiga trabalhar a massa (ela ficará bem maleável e elástica). A massa está pronta. Divida-a em 3 bolinhas iguais.

- Para fazer os discos, você precisará de: um rolo de abrir massas (se você não tiver, pode usar uma garrafa); plástico filme ou outro plástico transparente, liso e firme (eu uso um saquinho tipo zip-loc aberto nas laterais); e uma tampa de panela pequena ou prato pequeno.

- Centralize uma bolinha de massa sobre a metade do plástico e cubra com a outra metade do plástico. Passe o rolo sobre o plástico, abrindo a massa. Pode abrir bastante, a massa é capaz de ficar bem fininha sem se romper. Se precisar, complete as falhas nas bordas com pedacinhos da massa. Ao final, pressione a tampa da panela ou um prato por cima da massa aberta, para cortar em formato de discos. Não despreze as bordinhas que sobrarem. Junte todas as sobras no final e abra mais um disco.

- Frite os discos um a um, em uma frigideira antiaderente bem quente. Não precisa utilizar óleo nem nada, apenas coloque um disco e, quando começar a se soltar do fundo da frigideira, vire do outro lado. Doure bem os dois lados, até a tortilla ficar tostadinha, mas ainda maleável. Obs.: Se você desejar uma tortilla mais crocante, basta fritá-la mais lentamente no fogo baixo, mantendo-a por mais tempo na frigideira. Ela dá uma secadinha e fica mais durinha e crocante.


Perfeitas, não? Agora é só preparar seu burrito ou quesadilla!

Dica: você também pode utilizar a mesma receita para fazer tortillas de milho! Basta trocar a farinha sem glúten por fubá. Mantenha todas as quantidades da receita original, exceto a água. Dessa vez, você usará no máximo ½ xícara de água. Proceda da mesma maneira para preparar as tortillas de milho. Opcionalmente, você pode abrir a massa deixando-a um pouco mais espessa e cortá-la em formato de tortillas para nachos (foto abaixo). Fica muito bom!!!!!

Tortillas de milho para nachos!


segunda-feira, 18 de maio de 2020

Dia 18: Macarrão ao molho de espinafre

Quem me conhece bem, sabe que adoro um desafio na cozinha. Mostre-me uma receita de muitas etapas, que requer o uso de diferentes técnicas e cheia de detalhes, que já fico com vontade de fazer! Mas cá pra nós, a esta altura da quarentena, estou adorando recordar essas receitas mais simples, que levam poucos ingredientes e que com uma panela e alguns minutos você pode se sentar e comer uma refeição deliciosa! Uma grande parte dessas receitas, criei em momentos de poucos recursos, quando ainda estava me iniciando na cozinha. Eu abria a geladeira ou a despensa, via o que tinha e pensava como poderia combinar aquilo tudo de uma forma rápida e prática. O que dava certo, eu anotava para repetir numa próxima vez. Esta receita surgiu assim. É tão boba... mas perdi as contas de quantas vezes já salvou minha pele num almoço rápido que precisava sair! Você precisará apenas do macarrão cozido e de uma frigideira para preparar o molho.


Molho de espinafre

INGREDIENTES

- 2 dentes de alho
- 1/2 colher (sopa) de azeite
- 1 maço de espinafre desfolhado
- 1 caixinha de creme de leite
- 50 g de queijo parmesão ralado de boa qualidade (sugestão: 1 pacotinho Faixa Azul)

MODO DE PREPARO

Refogue o alho no azeite e quando estiver bem fritinho, entre com as folhas de espinafre (pode deixá-las inteiras mesmo, fica mais saboroso). Quando o espinafre estiver bem refogado, adicione o creme de leite e mexa bem. Por fim, misture o queijo ralado, até que fique tudo bem incorporado. Dica: use um bom queijo ralado (por mais simples que seja a receita, não se faz boa comida com ingredientes meia-boca). Misture o molho ao macarrão e está pronta uma deliciosa refeição! Simples assim.

Simplesmente delicioso!

domingo, 17 de maio de 2020

Dia 17: Picanha com batatas bravas na airfyer

A airfryer pode ser de grande valia se você souber utilizá-la a seu favor. Além de agilizar o processo em comparação com o que você assa no forno, ela ainda pode dar um resultado impressionantemente sequinho e crocante para "frituras" (usando nada ou um mínimo de azeite). Tenho usado muito em minha cozinha, e a cada receita nova que testo, deixo de usar o forno, ou incorporo uma nova opção de prato ao nosso cardápio - já que fritura não é uma opção aqui em casa, não só porque não compro óleo, mas também por causa da sujeira e do cheiro que deixa em todo canto. Com a airfryer tudo pode ser mais limpo, saudável e, acredite, gostoso.

Depois que começamos a fazer estas batatas e picanha na airfryer, nem cogitamos mais usar outro método. As batatas ficam bem douradas, macias por dentro e super crocantes e sequinhas por fora. Juro que são melhores que fritas! E a picanha não perde em nada pra um churrasco preparado na churrasqueira: suculenta, no ponto certo, com aquela crostinha por fora, e a gordura tostada na medida. A satisfação da refeição é completa quando, no fim, você tem apenas uma peça pra lavar (o cesto da airfryer) e sua casa estará limpinha e cheirosa como se nada tivesse acontecido. Qualidade de vida, mores. Então vamos às receitas do dia:


Batatas bravas na airfryer:

INGREDIENTES

- 2 batatas grandes, lavadas, com casca.
- 1 fio de azeite
- 1/2 colher (chá) de páprica picante (é por isso que são bravas - mas se não gostar, pode usar a doce ou a defumada)
- 1/2 colher (chá) de alho e cebola em pó
- sal a gosto

MODO DE PREPARO

Corte as batatas no sentido do comprimento, em pedaços rústicos, e deixe de molho numa bacia com água por 30 min. Retire do molho, seque as batatas e tempere com o sal, a páprica, o alho e a cebola em pó. Regue com um fiozinho de azeite (é só o suficiente para emulsificar os temperos). Espalhe bem nas batatas e coloque-as no cesto da airfryer pré-aquecida por 5 min, a 200 °C. Deixe assar por 30 min, à mesma temperatura. No meio do tempo, abra o cesto e dê uma "chacoalhada" nas batatas. Fica ótimo!!! Obs.: Tenho uma airfryer de cesto pequeno (2,4 L) que me atende super bem, porém, não consigo colocar mais de duas batatas por vez. Se você tem uma maior, pode aumentar a receita. Mas as batatas não devem nunca ficar muito amontoadas, ou ficarão com aspecto de cozidas, e não de fritas.


Churrasco de picanha na airfryer:

INGREDIENTES

- 1 fatia larga de picanha (escolha uma peça de boa qualidade)
- sal a gosto
- chimichurri para pincelar (opcional)

MODO DE PREPARO

Eu geralmente compro uma peça de picanha e já corto nos pedaços do tamanho que vou fazer depois (umas fatias compridas de 2 a 3 dedos mais ou menos de espessura). O que você não for usar na hora, já pode congelar em pacotes individuais. Na hora que quiser preparar, é só tirar do freezer com uma certa antecedência. Para preparar, eu pré-aqueço a airfryer por 5 min, a 200°C. Coloco a peça sem temperar nem nada por 2 min (é tempo suficiente para selar e mantê-la suculenta). Aí tiro, tempero com sal de granulometria média (entre grosso e fino, regulo no moedor). Volto pra airfryer, à mesma temperatura, e deixo por mais 10 min (você pode deixar até 15 min - vai do gosto do freguês - mas eu gosto mal passada, sangrando mesmo). No final, dou um toque especial, mas é opcional: nos últimos 2 min de cozimento, pincelo a picanha com molho chimichurri e volto pra airfryer. Fica mara!!! Obs.: Para preparar o molho, misturo 1 parte do tempero desidratado com 1 parte de vinagre e 2 partes de azeite.

Acredita que foi tudo feito na airfryer?

sábado, 16 de maio de 2020

Dia 16: Brownie em 3 versões


Peraí. B R O W N I E ?!

Sim!!! Quem me conhece sabe da minha paixão pelos brownies, que rendeu até a criação da minha própria marca, marilia cleto - gluten free. E hoje, dia 16 de maio, em homenagem ao "Dia Mundial do Paciente com Doença Celíaca", vou compartilhar não só uma, mas três (wow!) das minhas receitas preferidas de brownie! Todas as receitas que vocês verão a seguir originalmente continham glúten e foram adaptadas para a versão gluten free. Vem comigo!

marilia cleto - gluten free


Receita #1 - Brownie "Raiz"

Busquei no meu caderninho de receitas mais antigo e esta era a primeira receita registrada. Talvez tenha sofrido algumas modificações, mas tenho quase certeza que foi a primeira que eu fiz, aos 13 anos, seguindo uma receita que a professora de inglês passou na prova. Destaquei a recipe e fui pra casa tentar fazer aquele que prometia ser um "bolo de chocolate" diferente de todos os outros. Foi amor à primeira mordida. Particularmente, amo fazer esta receita usando pedaços de castanha-do-pará misturados à massa. A receita original sugeria nozes, mas foi com castanha-do-pará que fiz a primeira vez e, desde então, esse sabor me remete às mais doces lembranças de brownie. Essa é a receita mais simples de todas e requer ingredientes corriqueiros, que todo mundo tem em casa. Em dias preguiçosos, é a ela que recorro.

Brownie Raiz (versão castanha-do-pará)

INGREDIENTES

- 1 xícara de farinha sem glúten (uso FSG Aminna, mas com qualquer mix dá certo!)
- 2 xícaras de achocolatado em pó (uso Chocolatto Três Corações)
- 1 xícara de açúcar refinado
- 3 ovos
- 1 colher (sopa) bem cheia de manteiga
- 1 xícara (café) de leite
- 1 xícara de castanha-do-pará em pedaços
- 1 colher (sopa) de fermento em pó

MODO DE PREPARO

Misture muito bem a farinha, o achocolatado, o açúcar, os ovos e a manteiga. Acrescente o leite e misture bem. Coloque as castanhas picadas e por último o fermento. Asse em forno pré-aquecido, numa forma forrada com papel manteiga a 180 ºC, por aproximadamente 30 min. Coma quentinho.


Receita #2 - Brownie "Nutella"

Esse foi o meu "bolo de aniversário" em 2018. Decidi comemorar com pizza sem glúten (a festa dos sonhos para os celíacos) e o bolo também foi temático, em formato de pizza! Usei de base a receita de Brownie de Nutella, da Dani Noce, para preparar dois discos de brownie, que decorei como fatias de pizza. Nas coberturas, abusei da criatividade e variedade, pra ficar com esse visual maravilhoso:  usei alternadamente marshmallow,  ganache de chocolate, geleia de framboesa e doce de leite e cobri com m&m's (Obs.: usei m&m's importados sem glúten que comprei no free shop - infelizmente os nacionais contêm glúten), amêndoas e avelãs, blueberries, gotas de chocolate ao leite, nozes e pistache, gotas de chocolate branco. Por cima de tudo, calda de sorvete sabor chocolate e caramelo.

Brownie Nutella (versão pizza)

INGREDIENTES

- 300 g de chocolate amargo (mín. 70%), em pedaços
- 200 g de manteiga sem sal, cortada em cubos
- ½ xícara de açúcar mascavo
- ¾ xícara de açúcar cristal
- 200 g de Nutella
- 1 colher (sopa) de extrato de baunilha
- ½ colher (chá) de sal
- 4 ovos
- ¼ xícara de chocolate em pó
- ½ xícara de farinha de arroz

MODO DE PREPARO

Misture em banho-maria o chocolate 70% com a manteiga, até que derreta. Acrescente todo o açúcar e a Nutella. Misture bem, tire do banho-maria e acrescente o extrato de baunilha e o sal. Adicione os ovos, um a um, mexendo bem a cada adição. Em seguida, junte o cacau em pó. Para finalizar, adicione a farinha de arroz. Quando a massa estiver homogênea, transfira para duas formas de pizza de tamanho médio, forradas com papel manteiga. Asse em forno pré-aquecido a 160 ºC, por aproximadamente 40 minutos. Decore a gosto!


Receita #3 - Brownie da Nigella

Essa é sem dúvidas a receita mais trabalhosa e que leva ingredientes mais selecionados, mas vale a pena o esforço e o gasto, se você quiser ter a experiência de um brownie inesquecível. A Nigella já arrasa em qualquer receita, mas nessa eu ainda dei meus toques para ficar mais especial. A receita original levava apenas chocolate ao leite na massa. Eu troquei pelo chocolate meio amargo e acho que as avelãs caem muito bem nesta combinação. Gosto de brownies bem chocolatudos e pedaçudos, por isso coloco muitas gotas de chocolate e avelãs na massa, mas se você também capricha no topo, já começa a comer com os olhos!

Brownie Nigella (versão marilia cleto - gluten free)

INGREDIENTES

- 150 g de manteiga sem sal
- 300 g de açúcar mascavo
- 75 g de cacau em pó 100% (não serve chocolate em pó ou achocolatado)
- 150 g de farinha sem glúten (uso Farinha Multiuso Schär ou Mixture Amafil)
- 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
- 1 pitada de sal
- 4 ovos
- 1 colher (chá) de extrato de baunilha
- 100 g de um bom chocolate meio amargo em gotas (uso Dark Callets Callebaut Nº 811 - 54,5% cacau)
- 100 g de avelãs, partidas ao meio

MODO DE PREPARO

Comece peneirando juntos o cacau em pó, a farinha sem glúten, o bicarbonato de sódio e o sal. Reserve esta mistura. À parte, bata rapidamente os ovos com a baunilha. Reserve. Numa panela média, derreta a manteiga em fogo baixo. Quando estiver derretida e começando a exalar um aroma amendoado, acrescente o açúcar, mexendo com uma colher para mesclá-lo à manteiga derretida. Acrescente à panela a mistura da farinha já preparada. Quando estiver bem misturado, se tornará uma mistura mais firme e seca. Retire do fogo e transfira para um bowl. Acrescente então a mistura de ovos nesta massa, ainda morna. Bata bem com um fouet até se torna cremosa, e então acrescente metade do chocolate em gotas e metade das avelãs. O chocolate irá se derreter e agregar à massa. Esse é o ponto de transferir para uma assadeira pequena, forrada com papel manteiga. Finalize cobrindo a superfície com o restante das avelãs e do chocolate. Asse em forno pré-aquecido a 190 ºC por 35 min, aproximadamente. Espere esfriar para desenformar e partir em quadrados cheios de amor.

Quadradinhos de amor ♥️

DICAS:

1. Use sempre papel manteiga para forrar a assadeira. Fica muito melhor na hora de desenformar, pois você não precisa virar de ponta-cabeça para retirá-lo da forma. Caso contrário, você vai perder a casquinha maravilhosa que se forma no topo do brownie. Se não tiver papel manteiga, unte a forma com manteiga e cacau em pó, e considere parti-lo diretamente na assadeira

2. Sempre que você retirar o brownie do forno, ele deve estar com o topo seco ao toque, porém se balançar a forma, terá a impressão de que a massa está líquida por baixo. É assim mesmo. Ele firma depois que esfriar. Se você demorar muito para tirar do forno, terá um brownie ressecado (e nós queremos um brownie molhadinho, certo?)

3. Você poderá sempre variar os tipos de castanhas e chocolates que utiliza (algumas sugestões: nozes com chocolate ao leite, avelãs com chocolate amargo, amêndoas com chocolate branco, macadâmias com chocolate branco caramelizado). Componha conforme seu gosto, lembrando que alguns tipos de chocolate destacam melhor o sabor de algumas castanhas

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Dia 15: Pão de queijo infalível


Amor à primeira mordida

Pão de queijo... pra quem é mineiro, pão de queijo é item indispensável na alimentação do dia-a-dia. Tá na nossa mesa como o pão francês no café da manhã, como o arroz com feijão no almoço, ou como o cafezinho no lanche da tarde!

Pra quem é mineiro e celíaco (como é meu caso), o pão de queijo vira um aliado! Talvez seja o mais versátil dos lanches: naturalmente sem glúten, vai bem com recheio (que pode ser doce ou salgado), faz as vezes de almoço se for bem caprichado, e a qualquer hora do dia é um quebra-galho se bater uma fominha fora de casa. Pode-se dizer que, para um celíaco, é uma sorte grande nascer em Minas - aqui é a terra real oficial do pão de queijo!

Uma das minhas frustrações, como boa mineira que sou, sempre foi a de não ter uma receita de pão de queijo de família, daquelas que você herda de uma avó, ou de uma tia, fica perpetuando por aí e enche a boca pra dizer: "minha receita de família". Em toda casa mineira que se preze, existe essa tal receita de pão de queijo! Geralmente vem com segredinhos e mistérios... As medidas usadas frequentemente são difíceis de reproduzir: uma "caneca" específica que só tem naquela casa, um "prato" ou até uma "mão" (?!). Pois é.

Até que, enfim, achei minha receita de família! Não chegou de forma hereditária, é fato. Mas adotei, e agora é minha, e da minha família também. Leo Paixão foi quem ensinou, aprendi direitinho, e agora ensino aqui pra vocês. "Prestenção" que receita mais fácil que esta você não verá! Leva só 3 ingredientes e - o melhor - é infalível:

INGREDIENTES

- 1 caixinha de creme de leite UHT (não serve fresco ou em lata)
- a mesma medida de polvilho azedo (não serve polvilho doce)
- a mesma medida de queijo ralado grosso (aqui serve qualquer um - parmesão, minas padrão, gruyère ou até muçarela - mas se quiser um pão de queijo mineiro pra valer, use um queijo minas artesanal meia cura) Dica: confira aqui uma ótima matéria sobre o melhor queijo para pão de queijo.
- 1/2 colher (café) de sal (é opcional, mas acho que faz toda a diferença)

MODO DE PREPARO

Misture tudo muito bem, com cuidado para não quebrar muito o queijo. Use duas colheres para moldar os pãezinhos. A massa estará muito mole e pegajosa para fazer bolinhas, mas esta técnica funciona perfeitamente (não tem problema se ficarem em formatos irregulares, depois de assados ficam lindos). Coloque em uma assadeira muito bem untada com óleo e polvilho ou - melhor ainda! - use um tapetinho de assar de silicone (sério, eu comprei um e foi uma das minhas melhores aquisições nos últimos tempos, vale a pena demais!). Asse em forno pré-aquecido a 230 ºC, por 30 min, aproximadamente. Eles estarão douradinhos e cheirosos!

Observação: Essa receita rende cerca de 16 pães de queijo tamanho tradicional (é o meio termo, entre o coquetel e o lanche). Se não quiser assar tudo de uma vez, você pode guardar metade da receita em um recipiente fechado na geladeira e assar o restante no dia seguinte. A massa estará mais consistente e você conseguirá até fazer as bolinhas. Fica bom como o fresquinho preparado na hora.

Updating: eu já havia finalizado esta postagem quando decidi experimentar isso, apenas façam: se tiver guardado parte da massa para o dia seguinte, quando fizer as bolinhas, recheie-as com um cubinho de queijo (usei minas padrão). O que já era bom, fica bom demais da conta...

Queijinho derretendo por dentro