sexta-feira, 15 de maio de 2020

Dia 15: Pão de queijo infalível


Amor à primeira mordida

Pão de queijo... pra quem é mineiro, pão de queijo é item indispensável na alimentação do dia-a-dia. Tá na nossa mesa como o pão francês no café da manhã, como o arroz com feijão no almoço, ou como o cafezinho no lanche da tarde!

Pra quem é mineiro e celíaco (como é meu caso), o pão de queijo vira um aliado! Talvez seja o mais versátil dos lanches: naturalmente sem glúten, vai bem com recheio (que pode ser doce ou salgado), faz as vezes de almoço se for bem caprichado, e a qualquer hora do dia é um quebra-galho se bater uma fominha fora de casa. Pode-se dizer que, para um celíaco, é uma sorte grande nascer em Minas - aqui é a terra real oficial do pão de queijo!

Uma das minhas frustrações, como boa mineira que sou, sempre foi a de não ter uma receita de pão de queijo de família, daquelas que você herda de uma avó, ou de uma tia, fica perpetuando por aí e enche a boca pra dizer: "minha receita de família". Em toda casa mineira que se preze, existe essa tal receita de pão de queijo! Geralmente vem com segredinhos e mistérios... As medidas usadas frequentemente são difíceis de reproduzir: uma "caneca" específica que só tem naquela casa, um "prato" ou até uma "mão" (?!). Pois é.

Até que, enfim, achei minha receita de família! Não chegou de forma hereditária, é fato. Mas adotei, e agora é minha, e da minha família também. Leo Paixão foi quem ensinou, aprendi direitinho, e agora ensino aqui pra vocês. "Prestenção" que receita mais fácil que esta você não verá! Leva só 3 ingredientes e - o melhor - é infalível:

INGREDIENTES

- 1 caixinha de creme de leite UHT (não serve fresco ou em lata)
- a mesma medida de polvilho azedo (não serve polvilho doce)
- a mesma medida de queijo ralado grosso (aqui serve qualquer um - parmesão, minas padrão, gruyère ou até muçarela - mas se quiser um pão de queijo mineiro pra valer, use um queijo minas artesanal meia cura) Dica: confira aqui uma ótima matéria sobre o melhor queijo para pão de queijo.
- 1/2 colher (café) de sal (é opcional, mas acho que faz toda a diferença)

MODO DE PREPARO

Misture tudo muito bem, com cuidado para não quebrar muito o queijo. Use duas colheres para moldar os pãezinhos. A massa estará muito mole e pegajosa para fazer bolinhas, mas esta técnica funciona perfeitamente (não tem problema se ficarem em formatos irregulares, depois de assados ficam lindos). Coloque em uma assadeira muito bem untada com óleo e polvilho ou - melhor ainda! - use um tapetinho de assar de silicone (sério, eu comprei um e foi uma das minhas melhores aquisições nos últimos tempos, vale a pena demais!). Asse em forno pré-aquecido a 230 ºC, por 30 min, aproximadamente. Eles estarão douradinhos e cheirosos!

Observação: Essa receita rende cerca de 16 pães de queijo tamanho tradicional (é o meio termo, entre o coquetel e o lanche). Se não quiser assar tudo de uma vez, você pode guardar metade da receita em um recipiente fechado na geladeira e assar o restante no dia seguinte. A massa estará mais consistente e você conseguirá até fazer as bolinhas. Fica bom como o fresquinho preparado na hora.

Updating: eu já havia finalizado esta postagem quando decidi experimentar isso, apenas façam: se tiver guardado parte da massa para o dia seguinte, quando fizer as bolinhas, recheie-as com um cubinho de queijo (usei minas padrão). O que já era bom, fica bom demais da conta...

Queijinho derretendo por dentro

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Dia 14: Frango com laranja e creme de cebola

Esse prato leva só 3 ingredientes (!!!) e garanto que vai te impressionar!

INGREDIENTES

- 6 sobrecoxas de frango, sem pele
- 4 colheres (sopa) de creme de cebola em pó (Atenção: confira se é sem glúten! Se não encontrar sem glúten, na internet há vários sites que ensinam a fazer o creme de cebola em pó caseiro)
- 2 xícaras de suco de laranja espremido na hora

MODO DE PREPARO

Espalhe o creme de cebola em pó de forma bem generosa pelos pedaços de frango. Pegue uma assadeira pequena, cubra o fundo com um  pouquinho de suco de laranja e disponha as sobrecoxas. Cubra com suco de laranja (não use tudo agora) e leve ao forno pré-aquecido a 230 ºC. Vá regando com o restante do suco de tempos em tempos, toda vez que o nível de líquido baixar na assadeira. Quando acabar o suco, regue com o próprio caldo da assadeira, que a este ponto já deve ter espessado. Aumente a temperatura do forno e deixe o frango dourar. Ao final você terá sobrecoxas bem macias, douradinhas e um molho cremoso e saborosíssimo! Se desejar, ao final salpique ervas frescas, na hora de servir.

Sobrecoxas douradinhas e muito saborosas

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Dia 13: Canelonni invertido de abobrinha


Ficou com água na boca?

Não vou dizer que esta seja uma receita light, não é mesmo! Mas se isso te conforta, ela é low carb! Bom... aqui o que importa mesmo é o quanto é gostosa! O canelonni é dito invertido quando a massa vai por dentro e o recheio, por fora. No nosso caso, a abobrinha faz as vezes de massa (vai por dentro), e com o presunto e o queijo é que vamos fazer os rolinhos (ficarão do lado de fora). É bem simples, vem comigo que você brilha:

INGREDIENTES

- 1 abobrinha grande
- 10 fatias de presunto (eu prefiro usar peito de peru)
- 10 fatias de queijo muçarela
- 2 colheres (sopa) de creme de ricota
- 1 xícara de molho ao sugo (veja receita aqui)
- 1 xícara de molho bechamel sem glúten (veja receita aqui)
- 1/2 xícara de queijo ralado (usei queijo minas meia cura)

MODO DE PREPARO

- Comece fatiando a abobrinha bem fininha, em lâminas. Eu uso aqueles descascadores de frutas e legumes. Mas se tiver um mandolim é melhor ainda (eu não tenho).
- Deixe escorrendo numa peneira e depois tire o excesso de água com papel toalha.
- Use uma tábua de cozinha como apoio para fazer os rolinhos. Coloque uma fatia do presunto, por cima uma fatia de queijo e então coloque algumas fatias de abobrinha (pode caprichar, pois queremos rolinhos bem recheados). Finalize com uma colher (café) de creme de ricota, por cima da abobrinha (não precisa espalhar).
- Enrole como um canelonni e siga para o próximo rolinho. Faça isso até completar os dez.
- Para a montagem do prato, comece com o molho de tomate no fundo de uma assadeira quadrada. Disponha os rolinhos, cubra novamente com o molho de tomate e por cima, coloque o bechamel. Finalize com o queijo ralado.
- Leve ao forno pré-aquecido, a temperatura máxima, para gratinar (a abobrinha cozinha muito rapidamente). Assim que gratinar, está pronto (15 a 30 min, dependendo do forno).

Rolinhos preparados, é só cobrir com o molho e assar!


terça-feira, 12 de maio de 2020

Dia 12: Sorvete de matcha (chá verde japonês)

Eu acho esse sorvete a cara do Maio Verde!!!
Sorvete de matcha é uma experiência única. Quando fui ao Japão, não entendia por que nas máquinas de sorvete expresso (aquelas que despejam o sorvete em espiral na casquinha) a opção mais popular era sempre o matcha, à frente da baunilha ou do chocolate. Quando provei, foi a mesma experiência do sushi pela primeira vez: estranho porém... gostoso! É natural estranhar, porque não faz parte da nossa memória afetiva, dos sabores da nossa infância, ou do que aprendemos como sendo gostoso. Porém, os japoneses sabem como ninguém identificar o umami (que significa "gosto saboroso e agradável") nos alimentos, e com o chá verde não foi diferente: não vacilaram em criar um sorvete de chá verde, rico em umami e com um sabor muito singular.

Essa versão do sorvete de matcha é uma invenção minha, adaptada às terras tupiniquins. Leva ingredientes que certamente não são usados na receita original japonesa, mas foi a fórmula mais simples que consegui para chegar àquela memória, num dia de nostalgia. A cor verde é inconfundível e o sabor, garanto que vai te surpreender! Você não precisa ter casquinhas sem glúten para fazer o sorvete, mas se conseguir achar na sua cidade - o que infelizmente ainda é uma coisa rara - aproveite para honrar sua casquinha com esse sorvete. Baunilha e chocolate ficarão no chinelo!

O sorvete que é a cara do Maio Verde
INGREDIENTES

- 1 xícara de banana congelada
- 150 g de iogurte natural
- 100 g de creme de leite
- 1 colher (chá) de essência de baunilha
- 4 colheres (chá) de matcha
- 1 colher (sopa) de mel

MODO DE PREPARO

- Bata tudo no liquidificador e despeje em um pote de plástico ou de metal, que possa ir ao freezer.

- Deixe no freezer por pelo menos 4 horas antes de comer.

- No meio do tempo, misture bem para deixá-lo mais cremoso.

- Se quiser, pode incrementar seu sorvete neste momento (eu cobri com calda de chocolate e avelãs picadas).

É ou não é de outro mundo?!

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Dia 11: Suflês de amora com baunilha

Essa foi uma das primeiras receitas que me arrisquei a fazer quando decidi me aventurar no mundo da confeitaria, pós diagnóstico. Encontrei o livro “Receitas especiais sem glúten, sem trigo ou laticínios”, da autora Grace Cheetham (originalmente publicado em inglês e traduzido e publicado no Brasil pela Publifolha), numa época em que glúten era uma palavra ainda desconhecida nas livrarias.

Como todo livro traduzido, uma das grandes dificuldades é encontrar alguns ingredientes que não temos disponíveis por aqui. Por isso, apesar de ser um livro maravilhoso, essa receita foi uma das únicas que fui capaz de reproduzir por muito tempo, até me arriscar a fazer substituições, como hoje já consigo fazer de olhos fechados.

Esse suflês ficam lindíssimos e super deliciosos, crescem que é uma beleza, e a sensação é de estar comendo nuvens coloridas sabor azedinho-doce! Mas como todo suflê, devem ser comidos imediatamente após sair do forno, portanto prepare-se para essa difícil tarefa, ou chame a família pra te ajudar a comer: não dá pra guardar pra depois! Essa receita rende 4 ramequins de capacidade 250 mL, aproximadamente:

Bater 4 claras em neve com 3 colheres (sopa) de açúcar e reservar. Numa panela, colocar 1 xícara de amoras (frescas ou congeladas) com mais 2 colheres (sopa) de açúcar e cozinhar por uns 5 minutinhos, só até ficarem macias. Colocar 2-3 gotas de extrato de baunilha. Coar e misturar ao caldo 1 colher (chá) de maisena dissolvida em 1 colher (sopa) de água. Juntar 1/3 das claras em neve ao caldo de amoras e bater para incorporar bem. Depois é só misturar o restante das claras com cuidado, até agregar tudo. Colocar em forminhas untadas com manteiga e assar em forno médio por 5-12 minutos, até dourar levemente e crescer bem.

Coisa mais linda!

domingo, 10 de maio de 2020

Dia 10: Penne ao pesto de rúcula e agrião com camarões

Eu já postei uma receita de molho pesto aqui (delicioso, por sinal), mas esse é diferente, porque a base é rúcula + agrião, ao invés de manjericão. Achei mais fácil de preparar porque não tem que desfolhar trocentas folhinhas de manjericão, uma a uma. Pode usar a rúcula e o agrião inteiros, com cabinhos e tudo. Além disso, tem um sabor muito especial. Achei que pudesse ficar amargo ou muito picante, mas a combinação com os demais ingredientes balanceou o sabor e ficou muito gostoso. Me pergunto porque não havia testado antes! Acho que a partir de agora, vou adotar como minha receita oficial de pesto. A inspiração veio da receita da Bela Gil. Mas troquei tanta coisa para adaptar ao que eu tinha em casa e dar meus toques pessoais, que acho que posso dizer que é uma nova receita:

Pesto de rúcula e agrião

INGREDIENTES

- 1/2 maço de rúcula
- 1/2 maço de agrião
- 1 xíc. de outras folhinhas que você tiver (usei espinafre + salsinha + manjericão)
- 1 xícara de castanha-de-caju torradas (deveriam ser nozes, mas troquei e gostei)
- 1/2 xícara de queijo parmesão ralado fino (não levava na original, mas pesto né, tem que ter!)
- ½ dente de alho
- gotinhas de limão (usei galego)
- 4 colheres de sopa de azeite
- 1 colher de chá de sal
- ½ xícara de água

MODO DE PREPARO

Observação: você precisa encher o copo do liquidificador de folhas. Eu usei rúcula e agrião - que são parecidos pelo sabor picante - como base, e completei com outras folhinhas que eu tinha em casa (use o que tiver). Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto a castanha e o queijo. Depois que estiver tudo bem triturado e misturado, entre com as castanhas e use a função "pulsar" do liquidificador, só para dar uma quebrada nas castanhas, mas mantendo pedacinhos, que vão dar a crocância ao molho. Retire do copo do liquidificador e misture o queijo ralado manualmente. O molho está pronto e rende 4 porções.


Cozinhe o penne até ficar al dente e misture ao molho. Para completar, prepare estes camarões muito especiais. Costumo sempre ter no freezer pacotes de camarão sem cabeça, cozido e congelado. É muito prático, pois dá pra tirar na hora e utilizar da forma que quiser. Prefiro os que vêm com casca, pois assim os camarões absorvem muito mais o sabor dos temperos.

Camarões ao limão

INGREDIENTES

- 100 g (± 20 unidades) de camarão sem cabeça, cozido e congelado
- 1 fio de azeite, para refogar
- 1 pitada de sal
- 1 colher (café) de páprica doce
- 1 colher (café) de alho e cebola em pó
- 1 limão espremido (usei galego)

MODO DE PREPARO

Frite os camarões no azeite e tempere com sal, páprica, alho e cebola. Misture bem. Depois que estiverem bem douradinhos, esprema o limão ainda na frigideira, e deixe absorver bem todos os sabores.


Para servir, monte o prato com o penne misturado ao pesto, os camarões por cima e alguns tomatinhos cereja. Fica perfeito!

Uma combinação que não tem erro

Updating: Fiz novamente o pesto e finalizei o prato numa versão com presunto cru no lugar dos camarões. Pra completar, um fiozinho de aceto balsâmico. Delícia!

Outra opção para finalizar: presunto cru

sábado, 9 de maio de 2020

Dia 09: Filé mignon suíno com maçãs e cerveja

Essa é inspirada numa receita de Julian. Fizemos algumas adaptações da original (que em breve aparecerá por aqui também) e confesso que ficou tão boa, que está concorrendo ao prêmio receita revelação do ano aqui em casa. Gosto de receitas desse tipo: coloque tudo numa assadeira e "esqueça" no forno por duas horas... é tempo suficiente pra fazer tanta coisa... e a preparação dá pouquíssimo trabalho, porque usamos quase tudo com casca.

O filé mignon de porco é uma ótima alternativa ao de boi, pois é uma carne que sai muito mais em conta e faz pratos tão nobres quanto os que você faria com o bovino. Inclusive já substituí em vários clássicos, como no strogonoff (outra receita que logo logo vai pintar por aqui). Se quiser, no lugar de filé mignon, pode usar também paleta, pernil ou lombo. Suíno.

Os acompanhamentos do filé mignon nesse prato, embora sejam elementos simples e fáceis de encontrar, foram cuidadosamente pensados e, modéstia à parte, acho que fizemos ótimas escolhas para a harmonização dos sabores!

INGREDIENTES

- 1 peça de filé mignon suíno temperado (tempero a gosto)
- ± 20 batatas bolinhas, inteiras e com casca
- 1 cebola, sem casca, cortada em gomos
- 2 maçãs fuji, com casca, cortadas em gomos
- 1 cabeça de alho inteira, cortada ao meio (veja a foto)
- 1 limão em fatias fininhas (usei galego)
- 1 pitada de canela em pó
- alecrim a gosto
- 1/2 garrafa de cerveja sem glúten (usei Krug 20)

MODO DE PREPARO

Dispor todos os ingredientes numa assadeira: primeiro o lombo no meio, rodeado pelas batatinhas. Por cima, dispor os gomos de cebola e de maçã, intercalados. Encaixar as metades do alho e as fatias de limão nos espaços vazios. Salpicar um pouquinho de canela sobre as maçãs e distribuir o alecrim. Por fim, regar tudo com a cerveja. O líquido deve alcançar pelo menos até a metade da assadeira. Cobrir a assadeira com papel alumínio, fechando bem todos os lados e levar ao forno pré-aquecido a 200 ºC por 1 hora. Decorrido esse tempo, retirar o papel alumínio e deixar por mais 1 hora (eventualmente, é bom pegar uma colher e dar uma regada com o líquido do fundo). Nos últimos 15-30 min, aumentar a temperatura para o nível máximo, até dourar.

Disponha tudo na assadeira e esqueça no forno!

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Dia 08: Salmão oriental


Também poderia se chamar "salmão ensolarado"

A primeira vez que comi esse prato eu deveria ter uns 12 ou 13 anos. Foi amor à primeira garfada! Minha mãe fazia a versão original (com glúten), além de muitas outras receitas deste livro histórico da nossa infância (nós o chamávamos de "O Livro das Bagas Azuis"). Era um livro bem pomposo, enorme - 802 páginas! - e com fotos maravilhosas, que nos faziam sonhar com todas aquelas receitas deliciosas. Não à toa, o verdadeiro nome do livro era "Cozinha Simplesmente Deliciosa - vol. 2" (autor: Chef Ron Kalenuik, famoso "Chef K", 1994), mas que de simples não tinha nada. Geralmente eram receitas complexas, com muitos passos, e ingredientes raros. Era frequente encontrarmos receitas que utilizavam as célebres bagas azuis, que depois viemos a descobrir que eram a tradução de blueberries (mirtilos), motivo pelo qual o apelidamos carinhosamente.

Só depois de muitos anos do meu disgnóstico, resolvi resgatar esse livro de receitas e tentar refazer algumas das receitas na versão sem glúten. E para minha surpresa, a receita do nostálgico salmão oriental era facílima de adaptar e incrivelmente simples de fazer. A receita leva apenas 4 ingredientes (dos quais um era farinha de trigo, que precisei substituir) e o resultado é surpreendente. E para não desonrar a genialidade do Chef K nessa receita fantástica, eu dei uma adaptada também na cobertura do prato, que originalmente levava farinha de rosca e eu troquei por farinha de mandioca.

INGREDIENTES

- 1 filé de salmão de aproximadamente 400 g
- 1 copo de iogurte natural
- 1 colher (sopa) de curry em pó
- 2 colheres (chá) de farinha sem glúten (para engrossar o molho, portanto qualquer uma serve: você pode usar um mix sem glúten ou somente farinha de arroz - eu uso a farinha multiuso Schär)
- 1 colher (sopa) de farinha de mandioca (ou farinha de pão sem glúten)

MODO DE PREPARO

- Coloque o salmão numa forma pequena (eu uso um pyrex redondo para suflê de 15 cm de diâmetro, bem pequenininha mesmo, para que o salmão fique imerso no molho).
- Num bowl, misture o iogurte, o curry e a farinha sem glúten. Espalhe sobre o salmão, deixando-o coberto por este molho espesso por todos os lados, inclusive no fundo.
- Polvilhe a farinha de mandioca na superfície (embora isto não esteja na receita original, eu gosto de dar uma "fritadinha" prévia na farinha de mandioca com manteiga, isso vai te tomar apenas 2 min a mais, e acho que o resultado fica melhor ainda desse jeito).
- Asse em forno pré aquecido "pelando", na temperatura máxima (no meu forno é 290 ºC) por exatamente 15 minutos. Esse é o tempo ideal para que o salmão mantenha a sua linda cor e toda a sua suculência.

Perfeição!

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Dia 07: Bolo de banana sem açúcar


Um bolo perfeito, não?

Quer uma receita fácil de bolo de banana e com poucos ingredientes? Essa é infalível e ainda tem a vantagem de não levar açúcar. Basta bater 2 ovos com fouet e incorporar 4 bananas (bem maduras) amassadas, 1 xícara de aveia em flocos finos, 1 colher (sopa) de fermento em pó e canela a gosto. Untar uma forma pequena com manteiga e assar em forno médio por 30 min ou até dourar. Prontinho!

Observação: De fato não precisa do açúcar, mas eu acho que uma colher de mel dá um brilho inigualável ao sabor da banana nesse bolo, por isso opto por adicionar.

Dica: Coma quentinho. Se já estiver frio, você pode distribuir pedacinhos de chocolate meio amargo por cima das fatias e aquecer no forno de microondas por 20 seg (tempo suficiente pra derreter o chocolate e liberar todo o aroma do bolo recém saído do forno). Hummmm.....

Banana com chocolate, como não amar?

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Dia 06: Legumes à provençal

Dei esse nome a esta preparação não só pelos tipos de ervas que escolhi para temperar, mas também porque depois de pronto, as cores e o aroma me fizeram viajar, imaginando que, se um dia eu fosse a Provence, esperaria encontrar algo assim, ao mesmo tempo simples e confortante, numa casinha camponesa. Mas a verdade é que esse é um side dish (ou em bom português, guarnição, acompanhamento) ideal para qualquer prato principal. Vai com tudo, é versátil, podendo acompanhar carnes de aves, boi, porco ou até peixe. Um coringa que pode te salvar quando precisar preparar um almoço de última hora, pois você pode variar os legumes de acordo com o que você tiver em casa. Vamos lá?

INGREDIENTES

- legumes variados: quanto mais colorido, melhor (usei abobrinha, batata, cenoura, pimentão vermelho, cebola roxa e alho)
- 1 boa pitada de celery seed - semente de aipo (é o que dá o gostinho especial)
- sal e pimenta do reino a gosto
- caldo de legumes
- azeite para regar
- ervas frescas (usei alecrim, cebolinha-francesa e tomilho)

MODO DE PREPARO

- Pique os legumes em pedaços grandes e compridos, distribua numa assadeira e espalhe bem a semente de aipo, o sal e a pimenta, esfregando bem em todos os pedaços. Adicione o caldo de legumes, que deve cobrir o fundo (é ele que vai cozinhar os legumes). Regue com azeite e cubra a assadeira com uma tampa ou com folha de alumínio, fechando bem para preservar os vapores do cozimento. Leve ao forno em temperatura média, e vá espetando os legumes até estarem macios. Dica: é a batata que dá o ponto de retirar. Quando ela estiver pronta, todos os outros legumes também estarão, e a cenoura ainda vai estar crocante. Depois de tirar do forno, regue mais uma vez com azeite, cubra com as ervas frescas e tampe novamente até a hora de servir.

Cheirinho de dar água na boca

terça-feira, 5 de maio de 2020

Dia 05: Bacalhau caramelado no licor de cachaça

Esta também foi uma receita premiada, uma das minhas primeiras tentativas de criação na cozinha, quando eu ainda morava em Santos - A Capital do Bacalhau no Brasil. Lá era frequente encontrar bacalhau de ótima qualidade a preços muito acessíveis, bons tempos... Recomendo essa receita para quando puder comprar um bom bacalhau, pois você precisará de lombos carnudos para prepará-la. Caso contrário, tenho também uma ótima receita para usar o bacalhau em lascas, fica a dica.

Esse bacalhau caramelado no licor de cachaça entrou como uma das 365 receitas de bacalhau - uma para cada dia do ano - no livro virtual "Hoje é Dia de Bacalhau", uma publicação da Riberalves que você pode encontrar na íntegra aqui. Segue a minha receita:

INGREDIENTES

- 2 lombos de bacalhau dessalgado
- 1 xícara de leite
- 4 batatas médias
- 1 cebola grande
- 1 dente de alho
- flor-de-sal
- pimenta do reino a gosto
- alecrim a gosto
- quanto baste de azeite
- 50 mL de um bom licor de cachaça

MODO DE PREPARO

- Corte os lombos de bacalhau em cubos grandes de 4 cm. Coloque o bacalhau numa panela, cubra com leite e leve ao fogo até ferver.
- Retire o bacalhau, salpique flor de sal e reserve. Paralelamente, fatie as batatas em rodelas finas e cozinhe até ficarem "al dente".
- Fatie as cebolas em rodelas e inicie a montagem do prato: regue com azeite o fundo de uma assadeira e disponha em camadas os cubos de bacalhau, as rodelas de cebola e as rodelas de batata, sempre regando com azeite entre uma camada e outra.
- Tempere o prato montado com alho picadinho, flor-de-sal, pimenta do reino, alecrim e regue novamente com bastante azeite. Por fim, regue com o licor de cachaça, espalhando-o por cima de todo o prato para percorrer todas as camadas até chegar ao fundo da assadeira.
- Asse em forno médio a alto até corar as batatas e caramelar o bacalhau (aproximadamente 45 minutos).

Bacalhau como você nunca viu igual!


segunda-feira, 4 de maio de 2020

Dia 04: Macarrão de beterraba

Não é a primeira vez que faço este prato. Já devo ter, umas duas ou três vezes, usado beterrabas pra fazer um molho vermelho para macarrão (na falta de tomates, a gente se vira com o que tem!). Desde a primeira vez, notei a cor deslumbrante que a beterraba é capaz de dar à massa. Duvido que você já tenha visto um colorido tão bonito assim em um prato de macarrão! E é tão simples, só preparar o molho e misturar à massa. Parece até magia!

A preparação do molho também é simples e requer poucos ingredientes. Antes de tudo, faço um branqueamento, que consiste, basicamente, num rápido pré-cozimento, no vapor ou por imersão em água fervente, geralmente por uns 2-5 min, seguido de um choque térmico com água gelada (se você nunca fez, não se preocupe, pode encontrar instruções facilmente na internet). No caso das beterrabas, eu gosto de cozinhar no vapor cubinhos de aproximadamente 2 cm, até que seja possível enfiar um garfo, porém com bastante resistência (isso pode levar até 8 min). Após o choque térmico, seco bem e coloco em saquinhos tipo zip-lock. Assim você pode guardá-los no freezer por até 6 meses. O mesmo pode ser feito com abóbora, cenoura, baroa, brócolis, etc. (consulte o tempo apropriado para cada legume), o que torna a vida na cozinha muito mais prática. Na hora de preparar qualquer prato, basta retirar os legumes e finalizar o cozimento na receita que você quiser.

Uma vez que você tenha as beterrabas pré-cozidas, já pode iniciar a preparação do molho. Há muitas variações de opções para a preparação do molho, mas a receita que compartilho aqui é a mais prática que já fiz, inspirada na Nadyia Hussain (recomendo fortemente que assistam seu programa "Time to Eat", disponível na Netflix, ou que visitem sua página no site da BBC - Food).

INGREDIENTES

- 2 beterrabas pré-cozidas
- 2 dentes de alho
- 1 pimenta dedo de moça, sem sementes (se achar forte, use pimenta biquinho ou pimenta de cheiro, mas coloque pimenta!)
- 3 colheres (sopa) de azeite
- 1/2 colher (chá) de sal

MODO DE PREPARO

Bata tudo no liquidificador. Só isso mesmo. Sério, acabou.

Esse molho serve para 4 porções de macarrão. Com o molho pronto, misture à massa cozida e drenada, na própria panela. Mexa bem e como num passe de mágica, você verá a massa absorver toda a cor e o sabor da beterraba!

PARA FINALIZAR

Se quiser dar um toque especial e sofisticado ao seu prato (o que recomendo fortemente, pois faz toda a diferença e complementa os sabores dessa preparação), misture num bowl: queijo cottage, limão espremido, cebolinha picadinha e tempere com sal. Na hora de servir o prato, coloque uma boa colherada dessa mistura sobre o macarrão de beterraba. Além de lindo, o contraste do azedinho com o doce-picante fica delicioso!

Surpreenda-se comigo!


domingo, 3 de maio de 2020

Dia 03: Pãozinho de cenoura, iogurte e mel


Bom dia é com pãozinho sem glúten!


Vamos direto ao ponto: quem não sente falta de um pãozinho pra comer no café da manhã ou no lanche da tarde? Esse é gostoso, nutritivo e fica com um douradinho incrível! Criei essa receita para um dos concursos da Schär e você pode encontrá-la na íntegra aqui. Com sabor delicado e textura deliciosa, esse pãozinho sem glúten é diferente de tudo o que você já provou. Siga os passos e aproveite a combinação perfeita de cenoura, iogurte, mel e aquela que na minha opinião é a melhor farinha sem glúten para panificação (Farinha Multiuso Schär). O rendimento da receita é de cerca de 10 pãezinhos.

sábado, 2 de maio de 2020

Dia 02: Bolo de chocolate sem farinha

Hoje vamos de bolo de chocolate, numa receita especial que não leva nenhum tipo de farinha, mas que é sucesso certo! Ninguém diz que esse bolo é sem glúten. Fica bem fofinho e molhadinho. Se você colocar um recheio e cobertura então... vai acabar rapidinho!

Essa é uma receita de família da minha amiga Helena, que desde os tempos da faculdade, bem antes mesmo de eu descobrir a DC, já fazia esse bolo pra gente comer nas tardes de gordice, filmes e trabalhos de grupo na casa dela. E o melhor é que é super simples e fácil de fazer! Segue a receita do bolo da Helena:

Bolo de Chocolate

INGREDIENTES

- 6 ovos inteiros;
- 6 colheres (sopa) de chocolate em pó;
- 8 colheres (sopa) de açúcar;
- 2 colheres (sopa) de manteiga;
- 1 colher (sopa) de fermento em pó;
- 100 g de côco ralado.

MODO DE PREPARO

Bata tudo no liquidificador, exceto o côco ralado. Desligue, junte o côco e bata novamente. Despeje em forma de furo central ou plana (caso queira rechear) untada com manteiga e chocolate em pó e leve ao forno por 30 min.

Creme de coco (serve de cobertura ou recheio)

INGREDIENTES

- 1 lata de leite condensado;
- 4 gemas;
- 1 lata de leite;
- 1 vidro de leite de coco pequeno;
- 1 colher de chá de essência de baunilha;
- 100 g de côco ralado.

MODO DE PREPARO

Misture tudo e leve ao fogo em banho-maria, mexendo sempre, até obter consistência. Espere esfriar antes de cobrir ou rechear o bolo.

Opcionalmente, você pode também usar uma cobertura de ganache de chocolate. Olha que loucura tudo isso junto:

Eu sei que eu sou... bonito e gostoso!


sexta-feira, 1 de maio de 2020

Dia 01: Hamburger

Hamburger é uma das maiores saudades de quase todo celíaco. Ainda é difícil achar hamburgerias aptas para nós, mas nos supermercados já é possível encontrar pães sem glúten que, se bem preparados, não deixam nada a desejar em relação aos originais. Você pode então fazê-lo em casa, mas com aquele gostinho de fast food! A seguir, o passo a passo do hamburger que me faz esquecer da vida antes da DC, aprovado inclusive por não celíacos:

Sobre o pão: é importante saber que, seja qual for o pão que você decidir utilizar, terá que prepará-lo antes de montar seu burger. Há no mercado duas marcas [Jasmine (pão de hamburger tradicional e australiano) e Schär (pão de hamburger tradicional)] que já testei e aprovei, desde que preparados conforme esta explicação. Em algumas cidades, há também os pequenos produtores e padarias sem glúten que fazem versões artesanais. Você pode usar este mesmo método para os pães artesanais também.
Como fazer:
1º. Parta seu pão no meio;
2º. Aqueça no microondas por 15 a 30 seg (vai deixá-lo mais macio);
3º. Pra finalizar, doure as faces internas do pão numa frigideira com azeite, até ficarem bem douradinhas;
4º. Reserve. Seu pão já está pronto para usar na montagem!

Sobre a carne: Já que estamos fazendo hamburger em casa, nada melhor que preparar seu próprio bife caseiro, não é mesmo? A receita do bife é muito fácil.
Como fazer:
1º. Para cada bife você vai precisar de 200 g de carne moída gelada (patinho é uma boa escolha, precisamos que haja um pouco de gordura na carne, ou o bife pode se desfazer quando fritar);
2º. Quanto aos temperos, sou da opinião que, aqui, menos é mais, então gosto de usar apenas sal e pimenta do reino moída na hora [às vezes também coloco uma misturinha que faço em casa, que consiste em alho e cebola em pó (compro os temperos desidratados e trituro juntos no liquidificador)... não costumo colocar nada além disso, mas como o tempero da carne é a gosto do freguês, você pode adicionar páprica em pó, cominho, salsinha desidratada... sempre temperos secos, ok?];
3º. Misture tudo muito bem com a carne, coloque a mão na massa;
4º. Molde os bifes, lembrando que durante a fritura irão diminuir no diâmetro e aumentar na altura, portanto, faça bifes maiores que seu pão e não muito altos, ou ficarão crus por dentro;
5º. Use a mesma frigideira do pão, com um pouquinho de azeite no fundo, para fritar os bifes em fogo alto [alternativamente, você pode usar a airfryer, nesse caso pincele os bifes com azeite antes de colocar para assar, e lembre-se de sempre pré-aquecer por 5 min];
6º. Acerte o ponto! O bife deve estar tostadinho por fora mas suculento por dentro.

Sobre a montagem: essa é a parte mais legal e em que você pode ser mais criativo! Eu gosto muito de uma combinação que me lembra lanchonete fast food, mas dá pra fazer versões gourmet, temáticas ou bem diferentonas de hamburger, usando o que você tiver na geladeira. No hamburger da foto, usei a sequência que não tem erro: pão-ketchup-mostarda-picles-carne-queijo-folhas-maionese-pão.
Dicas:
1ª. passe os molhos que você for usar nas faces do pão (eles vão absorver, mas não muito, pois estarão selados da preparação prévia) e assim fica mais fácil fazer a montagem;
2ª. Se necessário, caso você goste de exagerar no recheio, use um palito para firmar seu hamburger, sem riscos de desastres...

Agora é só curtir seu hamburger!

Amo muito tudo isso!


Maio Verde

MAIO é o mês mundial da campanha de conscientização sobre a Condição Celíaca.

O glúten tornou-se famoso nos últimos anos e, recentemente, sua retirada da alimentação passou a ser conhecida como a "dieta da moda". Especialmente neste mês, celíacos e profissionais da saúde se reúnem para reforçar que #glutenfreenãoémimimi. O objetivo do MAIO VERDE é esclarecer os mitos e mistérios em torno do glúten e da doença celíaca.



- A Doença Celíaca (CID-10 = K90.0), também conhecida por DC, é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, desencadeada pela exposição ao glúten (principal fração proteica presente no trigo, centeio, cevada e seus derivados) em indivíduos geneticamente predispostos.

- Nos indivíduos com DC, as próprias células de defesa imunológica agridem as células do organismo, causando um processo inflamatório, provocado pela ingestão do glúten. Esse processo, que ocorre na parede interna do intestino delgado, leva à atrofia das vilosidades intestinais, gerando diminuição da absorção dos nutrientes.

- Em geral, os sintomas como diarreia, prisão de ventre, perda de peso, anemia, sensação de estufamento, cólica e desconforto abdominal começam na infância. Outros sintomas da doença celíaca estão relacionados à má absorção de nutrientes, como atraso no crescimento, fadiga, falta de ar, lesões na pele, queda de cabelo, osteoporose, infertilidade e carência de vitaminas. É importante lembrar que algumas pessoas podem ter poucos ou nenhum sintoma. No entanto, a falta de tratamento da doença pode causar o surgimento de tumores no intestino ou linfoma.

- NÃO HÁ CURA para a doença celíaca. O melhor tratamento ainda é retirar da dieta os alimentos que contenham glúten. A vida do celíaco muda drasticamente após o diagnóstico, pois além de eliminar o glúten de sua alimentação, ele deve evitar qualquer chance de sua ingestão por CONTAMINAÇÃO CRUZADA, o que caracteriza sua CONDIÇÃO CELÍACA, que mesmo controlada, deve seguir por toda a vida.

Doença Celíaca: Você pode ter e não saber. 

- Estudos de prevalência da DC têm demonstrado que esta doença é mais frequente do que anteriormente se acreditava, e sua frequência ainda é subestimada. A falta de informação sobre a doença e dificuldade de acesso aos meios diagnósticos reduzem as possibilidades de tratamento adequado e consequente melhora clínica. Estudos revelam que o problema atinge pessoas de todas as idades, com uma frequência maior entre mulheres, na proporção de 2:1.

- Se você apresenta os sintomas ou desconfia de seus exames, procure um médico. Procure dois, três médicos, até esgotar as possibilidades. O diagnóstico pode ser difícil e demorado. Quanto antes se descobre, maiores as chances de se retomar a qualidade de vida.

Referências: Portaria SAS/MS nº 1149, de 11 de novembro de 2015. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Doença Celíaca.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Bolinho de beterraba e cacau

Aqui em casa, já faz um tempo que temos preferido consumir alimentos orgânicos, agroecológicos ou de origem conhecida, sempre que possível. Ontem mesmo, fiz a feira da semana trazendo batata doce, chuchu, laranja, lima, limão, tomate cereja e ora pro nobis colhidos da casa do meu pai, pela minha irmã e minha madrasta. No fim de semana anterior, trouxe couve, salsinha, cebolinha, coentro, manjericão e hortelã do sítio de um amigo. Sabendo que só uso ovos caipiras, semana passada minha mãe me deu uma dúzia trazida da fazenda de uma vizinha.

Mesmo para quem não tem amigos ou familiares que produzam, hoje em dia há em nossa cidade muitas opções de cooperativas que entregam em casa, semanalmente, cestas de frutas, legumes e verduras a preços bem razoáveis. Além disso, nós sempre vamos atrás das feirinhas de produtores, já que nos supermercados os valores dos orgânicos ainda são muito altos e os alimentos convencionais muitas vezes estão em péssimas condições e rolando pelas gôndolas sabe-se lá há quanto tempo...

Na última quarta-feira, descobri que toda semana passa uma caminhoneta na porta de casa com alimentos trazidos diretamente do Ceasa. São frutas, legumes e verduras frescas, selecionadas e higienizadas. Os alimentos chegam organizados em cestinhas, e já vêm contados ou pesados, separados em saquinhos, assim como nas feirinhas. Adorei esse sistema, não só pela qualidade, mas também pela praticidade. Escolhi alguns maracujás, tangerinas, bananas e MUITAS beterrabas, que estavam lindas!

E a receita de hoje é em homenagem a elas. Proponho uma versão adaptada da chef Claire Bonnemasou, do Cozinha Aí, que elabora produtos para pessoas com restrições a glúten, lactose e soja. E então, mãos à massa?!


INGREDIENTES
  • 2 ovos
  • 80 mL de óleo de côco
  • 120 g de beterraba descascada
  • 100 g de açúcar de côco (ou mascavo ou demerara)
  • 80 g de cacau em pó (ou chocolate em pó)
  • 120 g de farinha de arroz
  • 1 col. (chá) de fermento em pó

MODO DE FAZER

1. Bater no liquidificador os ovos, a beterraba e o óleo.
2. Acrescentar o açúcar e o cacau e bater mais.
3. Em um recipiente, peneirar a farinha com o fermento.
4. Adicionar a mistura do liquidificador ao recipiente e misturar bem.
5. Colocar em forminhas de cupcake (rende 12 cupcakes) ou em forma convencional untada com óleo de côco e cacau em pó.
6. Assar em forno pré-aquecido a 200°C por 30 a 40 min, ou na airfryer por 20 min.


Massa pronta pra assar

Este bolinho fica incrivelmente fofinho e gostoso! E embora a massa seja bem vermelhinha (vide a foto acima!), o bolinho assado fica apenas levemente avermelhado, com uma cor mais puxada para o chocolate. O sabor é de um bolo de cacau mesmo, com um fundinho adocicado da beterraba.

Taí o bolinho pronto: lindo, saudável e delicioso! Pra completar, que tal este ganache de chocolate meio amargo pra colocar por cima? Também fica uma delícia com a mousse de limão e cream cheese que ensinei aqui. (Atenção, o bolinho é #SemGlúten e #SemLactose, mas ambas as coberturas contêm lactose!). Bom apetite!


Bolinhos recém saídos do forno!

quinta-feira, 16 de março de 2017

Torta colorida de pão de forma

Essa é a releitura de uma das receitas da minha infância! Todo ano no meu aniversário sempre tinha essa torta salgada, coberta com bastante maionese. Ao parti-la, a gente via aquelas várias camadas da cor do arco-íris, lindas aos olhos das crianças que mal sabiam quantas verduras e legumes estavam propositalmente "escondidas" nessa tortinha colorida! Eu sabia, claro, a origem de tantas cores, pois adorava ajudar minha mãe a preparar os recheios e a montá-la.

Agora que já somos crescidos, podemos falar abertamente sobre os recheios sem esperar cara feia, certo? Pois bem, eu nunca tive problemas de comer nada quando criança. Tirando as famigeradas azeitonas, eu provava de tudo e comia de tudo, com o maior gosto! Lá em casa a gente sempre comeu de tudo mesmo, graças aos meus pais, que sempre nos fizeram experimentar todo tipo de comida e que sempre tiveram o cuidado de nos dar uma alimentação bem nutritiva e variada. Nós sabíamos os nomes e as principais qualidades de cada alimento do sacolão. Mas eu sei que isso não era muito comum entre as outras crianças.

Por isso eu tinha um pacto com minha mãe. A gente não contava que o "suflê de queijo com temperinho verde" era na verdade suflê de chuchu.  Que a "maçã vermelha da Branca de Neve" era beterraba cozida. Que a "salada de arvorezinhas" eram couve-flor e brócolis refogados. Que a "carne de rodelinha com batatas" era língua de boi recheada. Que o "caldinho de feijão preto batido" também continha couve, ovo e fígado camuflados. Hoje em dia, acredito (e espero!) que as crianças (e mesmo adultos) não precisem mais destes artifícios mirabolantes para comer de tudo. Mas caso você tenha esse problema em casa, a torta colorida de pão de forma continua sendo uma boa opção!


INGREDIENTES
  • 2 pacotes de pão Pan Blanco Schär
  • 12 colheres (sopa) de creme de ricota
  • 1 xícara (chá) de cenoura ralada
  • 1 xícara (chá) de beterraba ralada
  • 1 xícara (chá) de espinafre picado
  • 1 xícara (chá) de frango desfiado
  • 1 colher (sopa) de alho picado
  • 1 colher (sopa) de cebola picada
  • Sal e pimenta do reino a gosto
  • Azeite para refogar
  • Salsinha para decorar (opcional)

MODO DE FAZER

1. Preparar as fatias de pão: cortar as bordas dos pães para obter 20 fatias de pão sem casca, em formato retangular, com aproximadamente 8 x 5 cm. Reservar.
2. Preparar 3 camadas de recheios: refogar cada um dos vegetais separadamente (cenoura, beterraba e espinafre) com azeite, alho, sal e pimenta do reino a gosto. Depois que esfriar, adicionar a cada um dos vegetais refogados 3 colheres (sopa) de creme de ricota e misturar bem.
3. Preparar a cobertura: refogar o frango desfiado com azeite, cebola, alho, sal e pimenta do reino a gosto. Depois que esfriar, adicionar 3 colheres de creme de ricota e misturar bem.
4. Montar as tortinhas: com camadas alternadas de pão e recheio, seguindo a ordem pão / recheio de cenoura / pão / recheio de beterraba / pão / recheio de espinafre / pão / cobertura de frango.
5. Rende 5 tortinhas individuais. Se desejar, decorar com ramos de salsinha por cima de cada tortinha. Ela fica mais gostosa ainda se gelada.

DICA

Com as aparas e cascas de pão, pode-se fazer croutons: Cortar em cubinhos de 1 cm, dispor em uma assadeira antiaderente e regar com azeite, flor de sal, pimenta rosa e alecrim. Assar a 180°C, até dourar. Acompanha bem saladas e sopas e pode ser guardado por até 5 dias.

Torta colorida de pão de forma

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Double cake de goiabada cremosa

Todo mundo já ouviu falar em bolo de milho ou de fubá, com pedacinhos de goiabada, né? É uma verdadeira delícia! Mas já pensou num bolo feito de goiabada cremosa? Imagina todo o sabor da goiabada, concentrado na textura de um bolo bem fofinho? Eu nunca tinha visto nada parecido até ter esta ideia de incorporar a goiabada na massa do bolo. E adoro testar coisas novas!

Outra invenção foi a de usar arroz cozido na massa. Eu já fiz aquela receita de bolo que usa arroz cru no lugar da farinha, que todo mundo já viu por aí nos grupos de whatsapp ou em vídeos do facebook (que é uma super invenção!), mas usar arroz cozido eu nunca vi. Como eu cozinho com pouquíssimo sal e não costumo usar temperos extravagantes no arroz branco, foi fácil incorporá-lo na receita sem comprometer o sabor.

Pois essa foi uma receita super experimental e o resultado me surpreendeu! Prove este bolo bem quentinho com uma calda de goiabada (basta colocar no fogo com um pouquinho de água para ficar mais fininha a ponto de usar como cobertura)... Pronto: temos um double cake de goiabada cremosa. Experimente e também irá se surpreender!


 INGREDIENTES
  • 3 ovos
  • 2 col. (sopa) de óleo de côco
  • 1 xíc. (chá) de açúcar de côco (ou mascavo ou demerara)
  • 1 xíc. (chá) de goiabada cremosa
  • 1/2 xíc. (chá) de água
  • 1 xíc. (chá) de arroz cozido
  • 1 xíc. (chá) de farinha de arroz
  • 2 col. (chá) de fermento em pó

MODO DE FAZER

1. Bater no liquidificador os ovos, o óleo, o açúcar, a goiabada, a água e o arroz.
2. Em um recipiente, peneirar a farinha com o fermento.
4. Adicionar a mistura do liquidificador ao recipiente e misturar bem.
5. Colocar em uma assadeira para pão de forma de teflon (não precisa untar).
6. Assar em forno pré-aquecido a 200°C por 30 a 40 min.

 
Bolo fofinho e gostoso de goiabada em dose dupla!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Bolo verde fofinho de gelatina com mousse de limão e cream cheese

Essa delícia é muito fácil de fazer e me surpreendeu pela fofura! Como cresce, é impressionante! Mais uma receita inspirada nas maravilhas da coluna da Mari Muniz, no blog da Dani Noce, ICKFD. Pra quem tiver curiosidade, vai aqui neste link a receita original da Mari, minha inspiração.

A minha inovação foi a mousse de limão com cream cheese, que é uma ideia simples para aprimorar a mousse de limão tradicional. Substituindo o creme de leite pelo cream cheese, conseguimos uma consistência mais durinha e um sabor mais especial.

A maior vantagem dessa receita é que dá pra fazer tudo no liquidificador e não tem mistério ou segredo. Dá certo e pronto. Então, vamos lá!

Bolo verde fofinho

Ingredientes:
  • 2/3 xícara de óleo de canola ou de milho
  • 4 ovos
  • 1 pacote de gelatina sabor limão
  • 1 ½ xícara de açúcar cristal
  • 2/3 xícara de iogurte natural
  • ½ xícara de água
  • 1 colher de sopa de suco de limão
  • Raspas de 1 limão
  • 3 xícaras de farinha sem glúten (eu usei a Mix Dolci Schär)
  • 1 colher sopa de fermento químico em pó

Modo de fazer:

Bater tudo no liquidificador, exceto as raspas de limão, a farinha e o fermento. Passar a mistura do liquidificador para uma bacia e peneirar a farinha com o fermento, misturando tudo com cuidado. Por último, acrescentar as raspas de limão. Untar uma forma com manteiga e farinha sem glúten (eu usei uma forma redonda de 22 cm, com papel manteiga no fundo). Assar em forno médio, pré-aquecido, por aproximadamente 1 hora, ou até que fique dourado. Desenformar ainda morno.


Mousse de limão com cream cheese

Ingredientes:
  • 1 lata de leite condensado
  • 1 caixinha de cream cheese
  • Suco de 1 limão grande

Modo de fazer:

Bater tudo no liquidificador e levar à geladeira em recipiente tampado ou protegido por papel filme, até a hora de consumir.

Bolo verde fofinho de gelatina com mousse de limão e cream cheese

Updating: Também fiz com gelatina de framboesa e ficou M-A-R-A!

Bolo fofinho de gelatina na versão framboesa cor-de-rosa